Com a tecnologia SmartFin, os surfistas podem ajudar a conhecer melhor o estado dos oceanos.
Bob Brewin é cientista utiliza uma técnica pioneira na recolha de imagens em oceanografia, uma técnica que passa pelo surf. O aparelho que equipa as pranchas chama-se SmartFin.
Usa a prancha para medir a superfície das águas, recolhendo dados que conjuga com as informações do satélite Sentinel 3. Um método muito inovador.
“O SmartFin tem o mesmo tamanho e peso que uma prancha de surf normal, mas está equipado com um sensor de temperatura, um GPS e um aparelho que mede a ondulação. Pode ainda permanecer ligado via Bluetooth e transferir os dados para um telemóvel”, explica à Euronews Bob Brewin.
Em Plymouth, Bob Brewin faz mais uns testes ao seu SmartFin. Uma tecnologia que espera que venha a ser utilizada por toda a europa.
“Espero vir a ter sufistas e outros entusiastas do desporto, como canoistas e mergulhardores, que possam ir para os oceanos divertir-se, mas equipados com esta tecnologia. Podem medir vários dados que são utilizados para completar as informações fornecidas pelos satélites.”
Um objetivo que pode ser atingido em breve. Só no Reino Unido, por exemplo, poderão fazer-se cerca de 40 milhões de medições costeiras por ano, graças à ajuda dos surfistas.
Estudar as algas na Normandia
A 800 quilómetros acima do nível do mar, os europeus lançam um novo satélite. O Sentinel Três B junta-se ao irmão Sentinel Três A, já em órbita. Ambos medem a temperatura da superfície das águas, assim como a cor das águas dos oceanos.
Exatidão. É o que procuram os cientistas franceses que a Euronews encontrou na Normandia. Realizam projetos de invetigação com algas. A temperatura das águas é medida cada duas semanas, assim como o grau de salinidade e de oxigenação do mar. Os dados são depois combinados com os do Sentinel 3.
Tania Hernández é cientista. Explica como trabalham todos os dias:
“Estamos a recolher dados relativos a vários fatores abióticos. Os parâmetros abióticos são utilizados para compreender o crescimento das microalgas. São essas microalgas que depois observamos com as informações recolhidas via satélite. O satélite cobre dados no espaço e no tempo de uma forma muito mais abrangente.
Recolhidos os dados na costa, é tempo de análise.
“É preciso entender que são comunidade biológicas vivas, pelo que as análises devem ser feitas o mais depressa possível. Ou seja, uma vez recolhidas no mar, são logo trazidas para o laboratório para que sejam feitas análises.”
O satélite capta o conjunto da produção das algas. Com os dados recolhidos, os investigadores deslocam-se ao terreno e conseguem explicar, com mais exatidão que espécies, entre as que foram captadas pelo satélite, são realmente tóxicas.
A equipa já detetou uma tendência importante: a intensidade da produção de fitoplâncton tem diminuído no canal da mancha. Fonte: ESA