A Seatec é uma empresa recente no mercado mas, os seus responsáveis possuem uma grande experiência no sector da electrónica marítima. Luís Reis e José Gamito são os homens do leme desta empresa que pretende conquistar o mercado através de uma actuação credível e assente em marcas evoluídas tecnologicamente.
Texto e foto: Vasco de Melo Gonçalves
Náutica Press (NP) Que balanço fazem da época de 2009?
Seatec (Sea) Como sabe a Seatec é uma empresa recente e tem tido um balanço relativamente positiva mesmo com algumas dificuldades. A nossa área de actuação é exclusivamente marítima e com uma dedicação muito grande ao sector da pesca (este sector representa cerca de 90% da facturação) e à náutica de recreio. Neste momento o recreio está numa fase muito branda mas, é na vertente profissional / pescas que a Seatec tem tido mais trabalho através do fornecimento de equipamento e mão-de-obra para construções um pouco por todo o país.
NP Esta divisão de áreas de actuação é resultado do tipo de equipamento que representam ou é por causa do maior conhecimento da vossa parte?
Sea Sem dúvida que o nosso conhecimento estava mais centrado na área profissional no sector da pesca e naval (Marinha Mercante e Marinha de Guerra). O lazer surge por acréscimo devido aos produtos que temos sendo, alguns deles, específicos para esta área. Esta situação levou-nos a procurar o recreio por exemplo, a marca Tacktick (recentemente estabeleceu uma parceria com a Suunto) é especializada em equipamentos para a vela. Por outro lado algumas das marcas que trabalhavam apenas para o sector profissional começaram a ter no seu portfólio produtos para o recreio. Também não nos devemos esquecer que existem muitos mais barcos de recreio do que barcos profissionais
A Koden é um exemplo do que acabo de referir. Há uns anos atrás fabricavam apenas equipamento profissional mas, hoje em dia, possuem uma oferta com qualidade e design para o sector do recreio.
NP Façamos agora uma análise mais marca a marca.
Sea A Koden é a nossa principal marca, depois temos a ACR (rádio-balizas), a Cobra (comunicações), a Seiwa que começou por ser produtora de equipamentos profissionais mas que hoje o recreio domina a sua produção. A Navicontrol, um fabricante de pilotos-automáticos muito fiáveis e o software Max Sea.
NP Têm noção do espaço que ocupam no mercado nacional face a uma concorrência de empresas e marcas tão fortes?
Sea As marcas existem a nível internacional e temos que ter alguém que as representem. Nós optámos por representar não concorrenciais entre si para, desta forma, podermos fornecer uma embarcação na totalidade das suas necessidades ao nível da electrónica.
Em relação ao mercado a nossa quota-parte é um pouco difícil de definir pois, como já referi, temos pouco tempo no mercado como empresa. Claro está que estamos a conquistar mercado, no início tivemos alguma dificuldade em divulgar as nossas marcas mas agora a situação está mais facilitada e são as próprias pessoas a procurarem-nos.
Este reconhecimento pelo o trabalho desenvolvido é também internacional. Recentemente, numa reunião de trabalho da Koden na Alemanha, a Seatec foi distinguida por ter cumprido objectivos e por mantermos um relacionamento correcto com a fábrica ao nível de encomendas, pagamentos e serviço pós-venda.
No mercado nós ocupámos um espaço que já vinha a ser trabalho pela Sicom, empresa de onde somos oriundos. Não de uma forma imediata mas progressivamente
contudo penso que acabamos por crescer visto estarmos a trabalhar mercados que a outra empresa não trabalhava.
Sendo certo que a nossa mais valia é técnica e por representarmos marcas credíveis não deixamos de apostar na comunicação através de suportes digitais Internet e newsletter. Por outro lado praticamos preços competitivos não estragando o mercado.
NP Pegando no tema da comunicação. Tenho notado que algumas marcas tentam comunicar directamente com o cliente final passando por cima do próprio distribuidor/agente. Esta situação é uma realidade nas vossas representadas?
Sea Nós temos relação com o cliente final e com os nossos agentes. Não ultrapassamos os agentes e fazemos tudo ao que está ao nosso alcance para estar junto deles e apoiá-los. Nós damos condições comerciais e técnicas para que eles desenvolvam o seu trabalho para que se envolvam nos projectos em que somos contactados directamente. Os nossos agentes são importantes também pela a assistência que localmente podem prestar.
NP Mudemos o rumo à nossa conversa. Um salão náutico é importante para a vossa empresa?
Sea Não é muito importante mas acho necessário a existência de um salão náutico. Trata-se de um espaço onde podemos divulgar as nossas promoções e produtos e, onde o público pode tomar contacto com os equipamentos e novidades.
Desde 1987 que participo na Nauticampo e lembro-me que, no início, chegava ao fim do dia cheio de vendas e notas de encomendas. Há cerca de 6 anos para cá isso deixou de acontecer e as pessoas que nos visitam são porque receberam um convite. A feira é um ecrã de vaidades e as pessoas vão lá para passear
Estou convencido que os expositores só vão à feira para que os outros não pensem que eles estão mal ou que já faliram.. Não haver feira era uma grande confusão para o mercado! Estamos curiosos por ver a próxima edição.
NP Mas tiram algum partido da presença na feira?
Sea Tiramos sempre pois estabelecemos novos contactos e efectivamos vendas. Por outro lado e tendo em conta que somos uma empresa nova é fundamental estarmos presentes para nos darmos a conhecer.
NP Perspectivas para 2010?
Sea Os produtos com que vamos trabalhar em 2010 estão a surgir já em 2009. Ainda não temos uma noção muito concreta do que as marcas vão fazer.
Ao nível do trabalho temos em perspectiva uma continuidade de negócios em que estamos envolvidos. As construções alongam-se no tempo e, por vezes, é difícil de calendarizar um projecto. As nossas perspectivas são para o sector profissional pois o recreio é pontual.