Procissão Nossa Senhora da Atalaia, uma tradição antiga

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No passado domingo (28 de Agosto), a bordo da canoa “Gavião dos Mares” do projeto Tejo ConVida, tivemos a oportunidade de acompanhar a procissão fluvial em honra de Nossa Senhora da Atalaia. Uma manifestação religiosa com muita tradição popular e onde os barcos tradicionais do Tejo têm um grande relevo.

Texto e fotografia: Vasco de Melo Gonçalves

Saída da Doca de Alcântara a bordo do "Galeão dos Mares".

Saída da Doca de Alcântara a bordo do “Gavião dos Mares”.

O arrais Ricardo Conduto.

O arrais Ricardo Conduto.

A devoção a Nossa Senhora da Atalaia encontra-se documentada desde 1409. Local de peregrinação e culto muito antigo, o Santuário é constituído por três cruzeiros, pela Fonte Santa, pela Igreja e pela escadaria delimitada pelo casario que a ladeia. A Igreja situa-se num local elevado, oferecendo uma bela panorâmica de toda a região circundante e do estuário do Tejo até Lisboa.
Durante a Festa Grande da Senhora da Atalaia, que se realiza em agosto, acorrem os Círios de localidades distintas, assim como milhares de peregrinos. Especial relevo, pela antiguidade, merece o Círio da Alfândega de Lisboa, que em 2007, celebrou 500 anos de peregrinação ao Santuário de Nossa Senhora da Atalaia. Em 1505, a peste que assolou a capital levou os oficiais aduaneiros a embarcarem rumo a Aldeia Galega e a dirigirem-se – em procissão – à Atalaia, rogando proteção. O bom sucesso, resultado da intervenção da Virgem, foi reconhecido com a fundação de uma confraria que anualmente passou a peregrinar até Nossa Senhora da Atalaia”. Fonte: ERT de Lisboa

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O Círio de Chelas à saída da Marina Parque das Nações.

O Círio de Chelas à saída da Marina Parque das Nações.

Embarcámos em Lisboa, na Doca de Alcântara e, rumámos à Marina Parque das Nações ao encontro do Círio de Chelas que se dirigia ao Montijo a bordo da canoa “Esperança”.
O dia estava magnífico o que potenciava a beleza da cidade de Lisboa. Ao longo do trajeto, os ícones arquitetónicos de Lisboa surgiam ao ritmo suave de uma navegação à vela e a motor num tipo de embarcação que, em tempos passados, era utilizada para transportar pessoas entre as margens do rio Tejo. O arrais Ricardo Conduto, um homem da Moita, foi incansável na transmissão dos valores e das vivências dos homens e embarcações que animaram o rio Tejo até aos anos sessenta do século passado. Uma vida dura e difícil!
Já perto do Montijo deu-se a junção das duas frotas de barcos tradicionais do Tejo (cerca de 13 barcos). O Círio da Moita juntou-se ao Círio de Chelas e, ambas as imagens, desembarcaram no cais do Montijo, entre cantos e rezas, para o resto da procissão que se fez a pé até à Atalaia.
O regresso a Lisboa fez-se sempre à vela com sol, um vento certo e constante acompanhado, por vezes, de algumas refregas. Ficámos admirados com as qualidades marinheiras da canoa “Gavião dos Mares”, uma embarcação enxuta e com uma boa velocidade. Numa outra reportagem iremos aprofundar mais o tema da embarcação bem como do projeto Tejo ConVida.DSC_0210

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O encontro das frotas.

O encontro das frotas.

O Círio da Moita.

O Círio da Moita.

O Professor Carvalho Rodrigues, a bordo da canoa "Ana Paula", é um dos grandes dinamizadores da Marinha do Tejo.

O Professor Carvalho Rodrigues, a bordo da canoa “Ana Paula”, é um dos grandes dinamizadores da Marinha do Tejo.

Desembarque, no Montijo, das imagens e dos peregrinos.

Desembarque, no Montijo, das imagens e dos peregrinos.

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