Primeiros navios do projeto Ocean Revival vão começar a ser preparados

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Já se encontram nos estaleiros do porto de pesca de Portimão a corveta “Oliveira e Carmo” e o navio-patrulha “Zambeze”, os dois primeiros navios cedidos pela Marinha Portuguesa para integrarem o Ocean Revival, projeto museológico vocacionado para o turismo de mergulho.
Nos próximos três meses, as duas unidades sofrerão trabalhos de limpeza e descontaminação, antes de serem afundadas a uma profundidade de cerca de 30 metros, em área devidamente validada pelas autoridades ambientais, o que deverá acontecer no início do próximo verão.
Dos três milhões de euros que o projeto custará cerca de 2,4 milhões de euros serão destinados às operações de limpeza e descontaminação, que vão decorrer em Portimão numa assumida aposta em geral algumas dezenas de postos de trabalho a nível local.
Portimão na rota do turismo de mergulho.
Segundo as palavras de Luis Sá Couto, administrador da empresa Subnauta, parceira da Câmara Municipal de Portimão na MUSUBMAR – Associação para a Promoção e Desenvolvimento do Turismo Subaquático, “este é um sonho de cinco longos anos, que finalmente se começa a concretizar”.
Na apresentação à comunicação social da corveta, realizada sábado passado, aquele responsável assegurou que o Município “não gastará nem um cêntimo em todo este processo, pois competirá à MUSUBMAR a angariação de fundos e patrocínio”, sublinhando a “visão de futuro da autarquia de Portimão, que tem feito coisas extraordinárias”.
Para o presidente da câmara, Manuel da Luz, “já é tempo de tirarmos o devido proveito do imenso potencial do nosso mar e, por isso, espero que em breve Portimão seja visto como um apetecível destino de mergulho, o que também poderá contribuir para combater a sazonalidade, num projeto que cria expetativas a partir da novidade e em que existem privados dispostos a investir”.
Recife artificial. A zona a visitar pelos mergulhadores, localizada em frente à zona da Prainha e a cerca de 5,5 quilómetros da costa, será devidamente assinalada e balizada para que os cascos dos navios afundados constituam roteiros subaquáticos seguros e acessíveis, sendo de referir que nunca em todo o mundo foi afundada uma frota com este objetivo.
O desenvolvimento do nicho do turismo subaquático tem crescido significativamente nos últimos anos, pelo que Sá Couto acredita na sua viabilidade económica e calcula que na primeira década de existência este projeto atraia cerca de 620 mil mergulhadores com as respetivas famílias, referindo ainda como outra vantagem do Ocean Revival o reforço do ecossistema, “pois os navios funcionarão como recifes artificiais num fundo de areia, o que possibilitará o aumento da biodiversidade na zona”.

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