PORTUGAL MATCH CUP 2006 – CHRIS DICKSON VENCEU PORTUGAL MATCH CUP 2006

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BMW Oracle Racing passou ás meias-finais

O neozelandês Chris Dickson, CEO e Skipper do BMW Oracle Racing Team, na Taça América foi o vencedor do Portugal Match Cup 2006, primeira etapa do circuito 2006/2007 World Match Racing Tour, que atribuiu um prize-money de cem mil dólares, dos quais 35 mil para Dickson. Na final discutida à melhor de cinco, o neozelandês que assumiu a liderança inicialmente por 2-0 teve de ir à “negra” frente ao sueco Magnus Holmberg, também ele Skipper da Taça América com o Victory Challenge. O vento soprou de Norte a rondar os 14/16 nós, com saltos que obrigarem as equipas a grande perícia técnica.

Foi uma final de nervos com Match Racing ao melhor nível e que terminou com a chegada das duas equipas quase em simultâneo. Apenas a maior sagueza de Dickson nos metros finais lhe permitiu recuperar da desvantagem que trazia desde início. Os dois Skippers receberam ainda uma penalização cada, primeiro Holmberg na pré-largada por não ter evitado que neozelandês batesse no seu barco e depois este último na subida para a primeira bóia de bolina, anulando assim a de Holmberg.


CHRIS DICKSON (NZL)

No final a festa foi feita com champanhe e Dickson afirmou: «A melhor regata ficou guardada para o fim. Tivemos uma semana muito boa. O Magnus e a sua equipa navegaram muito bem nestas últimas três regatas e felizmente o último sopro resultou a nosso favor. Vamos regressar a Valência para continuar os testes da Taça América e faremos a partir daqui mais algumas regatas do circuito, mas apenas aquelas que não coincidam com o calendário prioritário da Taça América. Há 20 anos que não vinha a Portugal e estou muito satisfeito por ter voltado.»

Para Dickson o momento decisivo da derradeira regata para o título em Cascais foi a força que a sua tripulação conseguiu reunir aquando a perda da vantagem de 2-0 na final para Holmberg. «Estávamos a ganhar 2-0 e deixámos Magnus igualar 2-2 mas não houve problemas, estávamos preparados e sabíamos que as condições eram difíceis e que provavelmente iríamos perder alguns matchs. Pensámos regata a regata. Nesta o Magnus navegou muito bem e foi uma chegada lado a lado. O momento chave para a vitória foi o facto de na última perna após a rondagem termos cambado duas vezes, obrigado o Holmberg a afastar-se e termos mantido o nosso spinacker mais estável e cheio, enquanto o deles quebrou. Quanto às penalizações, fizeram parte de um espírito agressivo de luta renhida. Depois de o Holmberg ter sofrido uma logo na pré-largada e de nós a termos limpo a meio da primeira bolina (ao serem penalizados também) tudo normalizou e a partir daí foi puro Match Racing.»


Chris Dickson lidera meias-finais

O CEO e Skipper do BMW Oracle Racing Team terminou de forma divertida: «Assumimos a liderança do circuito… porque é a primeira prova e na próxima não devemos estar para defender. É melhor aproveitar agora.»

Magnus Holmberg, Skipper do Victory Challenge, deixou Dickson festejar o seu triunfo enquanto recolhia à Doca dos Mega Iates com a sua tripulação do SM40 e os 20 mil dólares arrecadados com o segundo lugar. «Foi Match Racing muito excitante, com condições de vento muito complicadas para ambas as partes. Muitas mudanças, saltos de vento e ainda mais na última regata. Estou bastante desapontado, pois desperdiçámos a vantagem que levávamos na rondagem da última bolina nos metros finais da chegada, não conseguimos “fechar a porta”. Nestas condições não se pode fazer uma regata perfeita, há que tirar o chapéu ao Chris e à sua tripulação.


Dickson o mais consistente no Round Robin

A minha previsão antes das meias-finais foi de que o Dickson iria bater o Gilmour, mas nas outras equipas muitas já participam neste tipo de Eventos, enquanto nós preparamos a Taça América, o que lhes dá alguma experiência e melhoraram muito nos últimos tempos. A minha presença em futuras competições do World Match Racing Tour depende do plano do Victory Challenge em Valência, mas gostava certamente de participar em mais algumas».

Entretanto, na Petit Final, Peter Gilmour, o australiano timoneiro do PST, venceu o dinamarquês Jes Gram-Hansen, do Mascalzone Latino Capitalia Team, por 2-1 e ficou no terceiro lugar.


Dickson V. Gilmour

Quem é Chris Dickson?
Curriculum de Chris Dickson:
Oracle BMW Racing – CEO e Skipper do Oracle BMW Racing, Challenger na Taça América 2007
Oracle BMW Racing – Skipper, 2. º na Taça Louis Vuitton 2003
TAG Heuer Challenge – Skipper, 4.º na Taça Louis Vuitton 1995
Nippon Challenge – Skipper, 4.º na Taça Louis Vuitton 1992
New Zealand Challenge – Skipper, 2.º na Taça Louis Vuitton 1987
Três vezes campeão do World Match Racing.
Três títulos de campeão mundial da Juventude.
Vencedor de mais de 20 provas de match racing.
Skipper da Whitbread 60, em Tóquio, em 1993-’94
5.º nos Jogos Olímpicos de 2000 na classe Tornado
Chris Dickson é um dos melhores match racers mundiais, um símbolo da disciplina. Dickson venceu por três vezes o circuito mundial e arrecadou mais de 20 vitórias em eventos.
O seu talento estende-se desde as regatas a dois até às regatas de grupo. Ganhou Campeonatos Mundiais de Maxis e ainda em dinghys e one-designs. Dickson iniciou-se na vela juvenil. Venceu por três vezes o Campeonato Mundial Juvenil de barcos duplos. A reputação de competidor feroz, que irá até às últimas consequências para vencer, foi ganha em 1987 durante a Taça Louis Vuitton de Fremantle, Austrália.


Law V. Meldgaard

Como Skipper do KZ-7, o 1º challenger neozelandês, ganhou a todos os seus opositores. Das 38 largadas, Dickson e a sua tripulação ganharam 37, dominando com relativa facilidade os três round robins e o opositor da semi-final. Foi na final que Dickson encontrou Dennis Conner e tripulação do Stars & Stripes, dos E.U.A que vinha esmagando a concorrência e que limitou as hipóteses de sucesso do KZ-7. A recuperação da Taça América perdida em 1983 era ponto de honra para Conner que viria a conquistá-la mais tarde nesse ano.
O neozelandês voltaria a participar nas Louis Vuitton de 1992, 1995 e 2003, mas a melhor posição alcançada foi a segunda, repetida em 2003 com a Oracle BMW Racing.

A intensidade de Dickson é lendária. Foi timoneiro do Whitbread 60 Tokio na Volta ao Mundo Whibread 1993-94. Os membros da tripulação contam história de como todos se concentravam mais e como o barco atingia maiores velocidades com Dickson ao leme. Provando a sua bravura, Dickson liderou o Tokio nas últimas 30 horas da regata para terminar em Southampton, Inglaterra, com ventos a soprar a velocidades entre os 30 e os 40 nós.


Marinho

Um dos melhores aliados de Dickson durante todos estes anos é Larry Ellison, o bilionário norte-americano fundador e patrão da Oracle Corp., gigante do software sedeada na Califórnia. Ellison e Dickson partilharam o leme do “Sayonara” de Ellison em quarto vitória nos Campeonatos Mundiais de Maxis. Era pois natural que Ellison contratasse Dickson quando decidiu investir na formação da Oracle BMW Racing. Dickson era consultor da equipa durante a primeira ronda da Taça Louis Vuitton, mas face a fracos desempenhos da equipa no mar Larry Ellison requisitou Dickson para Skipper. O neozelandês necessitou de fortes argumentos para aceitar o convite mas, assim que o fez, liderou o Oracle numa série de 11 vitórias consecutivas.

O barco da Oracle BMW Racing viria a perder a final da Taça Louis Vuitton para o futuro vencedor da Taça América, o suíço Alinghi, mas Dickson está de regresso à liderança da Oracle BMW no Challenge para a Taça América em 2007. Partindo para a última jornada da Louis Vuitton (em Abril do próximo ano em Valência) na segunda posição, Dickson tem condições para poder vir a ser o opositor do Alinghi em águas espanholas.


Festa da BMW Oracle Racing Team

CLASSIFICAÇÃO FINAL:
1.º Chris Dickson (NZL) BMW Oracle Racing
(Tripulação: Zack Hurst, Jann Neergaard Kazuhiko Sofuku, Paul Westlake)
2.º Magnus Holmberg (SWE) Victory Challenge
(Anders Dahlsjò, Lars Linger, Mal Parker, Stefan Rahm)
3.º Peter Gilmour (AUS) PST
(Rod Dawson, Christian Scherrer, Ed Smyth, Yasuhiro Yaji)
4.º Jes Gram-Hansen (DEN) Mascalzone Latino –Capitalia Team
(Matteo Auguadro, Pierluigui Defelice, Rasmus Kostner, Chresten Plinius)
5.º Mathieu Richard (FRA) Saba Sailing Team
(Greg Evrard, Olivier Herledant, Jean-Philippe Saliou, Yannick Simon)


Justino Sá Machado e Chris Dickson

6.º Chris Law (GBR) The Outlaws
(Matt Cornwell, Charles Nankin, Piotr Przybylski, Henrik Walderyd)
7.º Thierry Peponnet (FRA) Areva Challenge
(Tanguy Cariou, Benoit Briand, Hervé Cunningham, Thierry Douillard)
8.º Staffan Lindberg (FIN) Alandia Sailing Team
(Nils Bjerkas, Niklas Carlzon, Carl-Johan Skoterstan, Daniel Wallberg)
9.º Ian Williams (GBR) Williams Sail Racing
(Laurie Jury, Mark Nicholls, Richard Sydenham, Mark Williams)
10.º Przemek Tarnacki (POL) Tarnacki Racing/Sopot MR Center
(Marcin Banaszek, Pawel Goski, Zbigniew Gutkowski, Miroslaw Szynczak)
11.º. Álvaro Marinho (POR) Quebramar Match Racing Team
(Rúbrio Basílio, Antonio Fontes, Miguel Nunes, Diogo Pereira)
12.º. Lotte Meldgaard (DEN) HSH Nordbank
(Inge Ebbensgaard, Nina Grunow, Anne Mirup-Petersen, Mia Nielsen, Christina Refn)

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