PORTUGAL MATCH CUP 2006

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[size=x-small]João Cabeçadas dá Indicações a Álvaro Marinho[/size]

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Tripulação Portuguesa
Levou a bordo João Cabeçadas do Team Alinghi

A tripulação portuguesa que tem ao leme Álvaro Marinho contou no passado dia 18 de Junho com uma presença especial – João Cabeçadas, o velejador que integra o Team Alinghi presente na Taça América. João Cabeçadas veio de Valença especialmente para apadrinhar o Quebramar/Seth.pt/Enupor Team e fazer os treinos do dia.


João Cabeçadas

Com a habitual descontracção que o caracteriza, um verdadeiro velejador do Mundo, João recordou que tinha conhecido estes velejadores ainda muito jovens, quando davam os primeiros passos na vela…”Eles estão no bom caminho, deram já provas nacionais e internacionais do que são capazes de fazer. Estão na vela ligeira, na classe 470 e começam agora a entrar noutro tipo de competições. É assim que se faz, aprende-se, participa-se e principalmente está-se sempre disponível para qualquer convite que haja. Mesmo que fiquem para trás coisas tão importantes como a família, o País ou os amigos. Às vezes é difícil de decidir, mas quando se quer muito uma coisa é necessário fazer escolhas.»
Adianta: «Quando se está no mar tem-se saudades de terra, quando se está em terra falta-nos o mar. É preciso ter um bom barco, um bom planeamento, ser um bom velejador mas há que ter talento e esta Tripulação tem mostrado que o tem. Os trajectos dos Velejadores são sempre os mesmos em qualquer parte do Mundo. São gente normal de carne e osso, todos fizeram percursos semelhantes, é preciso é trabalhar sempre e ter espírito de sacrifício. A partir de uma certa altura são as Equipas que vêm ter com os velejadores, que conhecem os seus percursos e é assim que surgem os convites para integrar grandes tripulações.»

João Cabeçadas deixou a sua mensagem à tripulação de Álvaro: «Claro que a Equipa portuguesa vai ter muitas dificuldades que vai superar e só desejo que O VENTO OS ACOMPANHE!”.

Para os membros do Quebramar/Seth.pt/Enupor Team esta vinda de João Cabeçadas foi uma benesse, poder velejar ao lado de um Mito da vela nacional é realmente uma situação extraordinária…”Ficámos muito satisfeitos por o João ter aceite o nosso convite. Conhecemo-nos desde sempre, acompanhámos os seu percurso internacional por isso é uma grande honra poder contar com ele. Sabemos que foi um enorme esforço vir até Cascais, vamos estar muito atentos a todos os ensinamentos no mar e em terra” afirmava Álvaro Marinho durante a Conferência de Imprensa de apresentação da sua equipa.

Aprendizagem no Mar
João Cabeçadas esteve no mar com o Team português. Durante duas horas foram realizadas muitas manobras, içadas e caçadas muitas vezes as várias velas sempre com João a dar o máximo de explicações para que tudo corra pelo melhor.
…”Foi um treino muito positivo, arrancámos com gente que nunca tinha andado neste tipo de embarcação, só o Miguel e o Diogo é que já tinham feito umas regatas. Começamos às apalpadelas com as situações mais básicas, escolhemos as melhores trajectórias nas viragens de bordo e terminámos com grande sucesso nas rondagens. Fizemos todo o tipo de aproximações possíveis e as mais difíceis, corrigimos o que correu menos bem. É um bom grupo, fazem realmente uma equipa, sabem estar todos no barco, mexem-se bem. Claro que aqui estão Tripulações muito fortes, é o caso dos Velejadores do Oracle que têm duas embarcações destas e que treinam habitualmente. Nós estivemos a descobrir os pormenores. O que é essencial é fazer o que se gosta de alma e coração, ser velejador é uma profissão mas tem de se gostar. A competição obriga-nos a evoluir e a melhor as nossas prestações”, afirmou João Cabeçadas quando chegou a terra para apanhar o avião que o levou de novo a Valença.
Já o skipper português adiantou: …”Cada um de nós recebeu informação do João, falámos dos pontos fracos e do que não estava bem. Não perdemos tempo a descobrir pois o João tinha falado com membros do Team Alinghi que já conheciam os barcos e fomos directos aos pormenores. Melhorámos andamentos e aprendemos imenso em todos os aspectos, foi realmente formidável a disponibilidade do João Cabeçadas”.

A Tripulação Quebramar/Seth.pt/Enupor Team é formada por:

– ÁLVARO MARINHO
Campeão Nacional de Match Racing, duplo diploma nos Jogos Olímpicos de Sydney e Atenas na classe 470, 2º do Ranking Mundial da classe 470
– MIGUEL NUNES
Vice-campeão Nacional de Match Racing, duplo diploma em Sydney e Atenas na classe 470, 2º do Ranking Mundial da classe 470
– DIOGO PEREIRA
6º Classificado no Portugal Match Cup-2005 (Main-trimmer de Chris Law); Vice-Campeão Nacional-2001
Vice-Campeão Nacional de Bénéteau 25-2006, Vice-Campeão Nacional de Snipe-2006
– ANTÓNIO FONTES
2º lugar no match race de Palma de Maiorca, 4º lugar no campeonato Nacional da classe Beneteau 25, 5º lugar na Algarve Cup (regata Internacional do circuito de Match Racing)
– RÚBRIO BASILIO
3º lugar no campeonato Nacional de match race (2005), vencedor da qualificação Nacional da Madeira
e do Algarve (2006)

ÁLVARO MARINHO VENCEU STAFFAN LINDBERG
(Segundo do Ranking Mundial)
PEPONNET E DICKSON IMPÕEM-SE NO PRIMEIRO DIA

O Quebramar/Seth.pt/Enupor Team (Por) venceu na tarde doa dia 19 de Julho o Alandia Sailing Team do Skipper finlandês Staffan Lindberg, segundo do Ranking Mundial e terceiro classificado do circuito de 2005/2006 do World Match Racing Tour (Medalha de Bronze do Campeonato da ISAF – Federação Internacional de Vela). Pela primeira vez uma Equipa portuguesa do Portugal Match Cup logrou vencer uma das tripulações estrangeiras presentes na prova.


A terceira edição do Portugal Match Cup decorre em Cascais até dia 23 de Julho reunindo uma vez mais alguns dos melhores Skippers da Taça América. Como sempre esta a primeira prova constitui a abertura do circuito do World Match Racing Tour e tem a chancela da ISAF (Federação Internacional de Vela). A competição portuguesa atribui um total de 100 mil dólares de prémio monetário.

O feito da Equipa Lusa ocorreu no segundo Match do Grupo B, frente a um dos melhores Skippers do Mundo, mas Álvaro Marinho não se deixa deslumbrar e foi parco nas palavras. «À equipa fico a dever a vitória. Foram inexcedíveis.»

Na primeira regata do dia Álvaro Marinho perdeu o duelo com Magnus Holmberg (Suécia). A expectativa era elevada e a ansiedade também. «Só entrámos às 17 horas, passámos o dia a ver os outros no mar. Estivemos sempre atrás nesta regata, mas oferecemos uma resposta de bom nível».

Já na terceira e última regata do dia, discutida com Ian Williams, Vice-Campeão Mundial, os portugueses mostraram-se novamente bastante competitivos, mas outra penalização sofrida na pré-largada e a diminuição da vantagem na última rondagem impediram o triunfo frente a Ian Williams. A penalização teve de ser cumprida na chegada e a derrota foi apenas por meio comprimento.

Para o Skipper português o “castigo” ficou a dever-se ao «deficiente conhecimento da dimensão da embarcação». «Só ontem, nos treinos, tivemos contacto com os SM 40. Pensei que conseguíamos passar sem tocar no Ian Williams mas a proa tocou e fomos penalizados».
No primeiro dia de competição a Comissão de Regatas teve tarefa difícil. O vento saltou muito, começou por ter 8 nós, passou para a 5 e depois para 10, a soprar de Norte e depois sudoeste. Por três vezes o campo de regatas foi mudado. Apesar deste factor, foram cumpridos seis Flights, três de cada Grupo de qualificação.

As regatas ficaram marcadas por um incidente com Peter Gilmour, campeão do Mundo, que por duas vezes ficou preso nos cabos do barco da Comissão de Regatas. Na primeira vez um dos membros da tripulação deveria ter saltado para a água para libertar o barco, não o fez e o trabalho acabou por ser realizado pela Comissão de Regatas. O cabo ficou muito solto e na segunda passagem Gilmour voltou a ficar preso, tendo apresentado protesto contra a Comissão.

Por considerarem que a falta foi da equipa do australiano, por de início não terem resolvido a situação, o protesto foi indeferido e Gilmour acabou mesmo por perder o Match para Chris Dickson (Nova Zelândia). No segundo Match do dia o Campeão Mundial bateu Lotte Meldgaard, a Skipper Feminina que venceu o Portugal Women’s Cup e no terceiro perdeu de novo para o francês Peponnet.

No Grupo A, lideram com 3 pontos (3 vitórias) Chris Dickson e Thierry Peponnet e no Grupo B três equipas somam dois pontos: Lindbegr, Holmberg e Gram-Hansem.

Álvaro Marinho tem 0,5 pontos negativos pelo facto de ter sido penalizado na regata em que bateu no barco de Williams, descontando assim meio ponto ao seu triunfo sobre Lindberg.

Para saber mais:
www.portugalmatchcup.com

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