Para aves como as cagarras, o outono é altura de os juvenis saírem do ninho e se fazerem ao mar. Para os técnicos da Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA), é altura de se fazerem à estrada para os resgatar – mas precisam de ajuda. Para ajudar centenas de aves a chegar ao mar em segurança, a SPEA apela aos madeirenses que participem na Campanha Salve uma Ave Marinha. A campanha decorre de 15 de outubro a 15 de novembro.
“Procuramos voluntários que se queiram juntar à causa, para realizar percursos a pé em busca de aves que precisem de ajuda”, diz Elisa Teixeira, técnica da SPEA Madeira. “Podem fazer apenas patrulhas a pé junto à sua área de residência, nas noites em que estiverem disponíveis, ou podem receber formação certificada e participar nas brigadas científicas da campanha, de 23 de outubro a 5 de novembro.”
Estima-se que, na Macaronésia, cerca de 1100 aves marinhas morram devido à poluição luminosa. Um número particularmente relevante considerando que as aves marinhas são um dos grupos animais mais ameaçados do mundo. Nesta altura do ano, e por serem pouco experientes, estas aves são frequentemente atraídas pelas luzes, ficando encandeadas e acabando, muitas das vezes, por colidir com edifícios, linhas elétricas e veículos. Ficam caídas no chão, sem conseguir levantar voo, e, por isso, mais suscetíveis a perigos como predadores ou carros. Os voluntários irão patrulhar as ruas da Madeira e resgatar estas emblemáticas aves que são particularmente afetadas durante as noites de lua nova.
Para ser voluntário na Campanha Salve uma Ave Marinha, basta inscrever-se através do formulário disponível no site da SPEA.
“Se não puder ser voluntário, continua a poder ajudar a salvar aves, apagando ou reduzindo a iluminação exterior, sobretudo entre 15 de outubro e 15 de novembro, evitando assim que estes animais caiam nas nossas cidades”, refere Elisa Teixeira.
Esta campanha decorre no âmbito do projeto LIFE Natura@night, que pretende reduzir a poluição luminosa que afeta as áreas protegidas dos arquipélagos da Madeira, Açores e Canárias, e mitigar os seus impactos nas espécies protegidas. Também nos Açores e Canárias decorrerão campanhas de resgate de aves marinhas, com o apoio de centenas de voluntários.