A Arte Xávega vai regressar à praia da Nazaré, nas tardes de sábado de Maio e Junho.
A partir de 14 de Maio, a Câmara Municipal da Nazaré volta a promover a recriação desta tradicional arte de pesca, pelas 16 horas, no areal da Nazaré, em frente ao Posto de Turismo.
A última das companhas da xávega registada na Capitania da Nazaré sai ao mar durante a manhã, na embarcação típica desta arte, para lançar as redes que, à tarde, são aladas (puxadas) a partir de terra, por homens, mulheres e crianças. Este é o momento mais visível e mais emblemático da recriação, também participado por muitos turistas.
O peixe capturado é, posteriormente, vendido numa improvisada lota de praia, reconstituindo também os antigos processos de venda, nomeadamente o chui o sinal de compra do pescado.
A arte xávega é um dos mais antigos e característicos processos de pesca artesanal da Nazaré. Foi introduzida em meados do século XVIII pelos pescadores vindos de Ílhavo e da Costa de Lavos, que se fixaram na nova praia. Com eles trouxeram as grandes redes de arrasto, que aqui foram modificadas e adaptadas às condições da costa nazarena, tornando-se mais pequenas e mais eficazes na faina.
Também os barcos foram moldados, pelos calafates locais, a este tipo de rebentação e ondulação. Assim, nasceu o emblemático barco-de-bico ou da xávega, de fundo achatado a prolongar-se arqueado até à proa, que remata num bico aguçado, de ré cortada e sem quilha. Formato adequado para entrar ao mar sem se virar e para encalhar mais facilmente.
A arte xávega caiu em desuso nas últimas décadas do século XX, devido a factores de ordem económica e social e, sobretudo, pelo avanço da tecnologia de captura de pescado. Todavia, os esforços conjuntos da autarquia, entidades locais e pescadores têm tentado preservar e reavivar esta memória, numa iniciativa que decorre desde 1995.Promover a animação do areal da praia da Nazaré e divulgar alguns dos aspectos mais emblemáticos da cultura marítima local são os principais objectivos desta iniciativa.
Nota: A realização da Arte Xávega está condicionada ao estado do mar e das condições climatéricas.
Nazaré recria Arte Xávega em Maio e Junho
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