28 de Abril de 2006
Quando se assinalou o Dia Nacional da Prevenção e Segurança no Trabalho, morreu mais um pescador. É a sétima vítima mortal da mais arriscada das actividades profissionais, quando estamos no final do quarto mês do ano.A pesca regista uma taxa de mortalidade, que, de acordo com estatísticas da União Europeia, se situa entre 1 e 3 por mil, dez vezes superior à das 4 actividades de maior risco em terra. Segundo a mesma fonte, a probabilidade de um pescador sofrer pelo menos um acidente de trabalho grave no decurso da sua carreira profissional é superior a 50%. Em Portugal, perderam a vida na faina da pesca, na década de 80 do século XX, uma média de 29 pescadores por ano, enquanto na década seguinte esta média baixa para 18, tendência que apenas acompanha o significativo decréscimo da população activa do sector e que se mantém nestes primeiros anos do novo século. Mas em 2006 já morreram mais pescadores do que durante todo o ano de 2005, o que pode ser sintomático da intensificação dos ritmos de trabalho decorrente da grave crise económica que afecta o sector. O número de acidentes participados evoluiu de 3200 / ano para 2400 / ano em média, entre os anos 80 e os anos 90. Os acidentes na pesca provocam uma incapacidade média de 30 dias.
A Mútua dos Pescadores, a seguradora que lidera o sector da pesca, é a primeira cooperativa portuguesa de seguros, com uma história de mais de 60 anos. É, simultaneamente, a maior organização de carácter associativo do sector marítimo com 16.000 cooperadores. A Mútua tem vindo a desenvolver um assinalável trabalho em matéria de prevenção e segurança, através da formação de responsáveis pela saúde e segurança a bordo, da sensibilização das tripulações e da dotação das embarcações com meios de segurança. A Mútua dos Pescadores associa-se ao Dia Nacional da Prevenção e Segurança no Trabalho, alertando os homens do mar para a necessidade de implementar a bordo uma cultura de preservação da vida, da saúde e do bem estar dos marítimos.