Metano e dióxido de carbono em ascensão

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Aumento de metano. © IUP, Univ. Bremen/SRON/JPL/ESA/DLR

Aumento de metano. © IUP, Univ. Bremen/SRON/JPL/ESA/DLR

Leituras de satélite mostram que o metano e dióxido de carbono atmosféricos continuam a aumentar apesar dos esforços globais para reduzir as suas emissões.
As concentrações de metano mantiveram-se mais ou menos constantes até 2007, mas desde então aumentaram cerca de 0.3% por ano, enquanto os níveis de dióxido de carbono continuam a aumentar cerca de 0.5% por ano.
Os resultados, apresentados esta semana no ʽLiving Planet Symposiumʼ (Simpósio do Planeta Vivo) em Praga, combinam dados do satélite veterano da ESA ʽEnvisatʼ e da missão Japonesa ʽGoSatʼ.
A razão para este aumento recente de metano não está totalmente compreendido, mas os cientistas atribuem-no a várias origens, tais como, a agricultura e aos combustíveis fósseis.
Os dados mostram também flutuações sazonais, assim como elevadas concentrações de metano na Índia e na China durante Agosto e Setembro. Isto deve-se ao fato dos pântanos e dos arrozais serem uma das principais fontes de emissão de metano, e das emissões serem maiores se o clima for quente e húmido.
Outras regiões, tais como os EUA e algumas partes da Rússia experienciam alterações sazonais similares.

Aumento de dióxido de carbono. © IUP, Univ. Bremen/SRON/Univ. Leicester/ESA/DLR/JAXA/NIES

Aumento de dióxido de carbono. © IUP, Univ. Bremen/SRON/Univ. Leicester/ESA/DLR/JAXA/NIES

O dióxido de carbono apresenta flutuações sazonais semelhantes, embora com concentrações máximas no início da estação em latitudes setentrionais. Isto deve-se à captação e libertação regular de dióxido de carbono pelo crescimento e decomposição da vegetação terrestre: fotossíntese, respiração e decomposição de matéria orgânica.
Em termos gerais, o dióxido de carbono tem apresentado um aumento constante durante a última década apesar dos esforços globais para reduzir a sua emissão.
Atualmente, as plantas captam cerca de 25% do dióxido de carbono que emitimos e, sem isto, os níveis de dióxido de carbono atmosférico e as consequências relacionadas seriam muito maiores,” afirmou Michael Buchwitz do Instituto de Física Ambiental, Universidade de Bremen, na Alemanha.
No entanto, não sabemos como irão responder as plantas a uma mudança climática. O nosso conhecimento da “bacia de carbono terrestre” é limitado. Um dos objetivos das observações de dióxido de carbono pelo satélite é fechar lacunas de conhecimentos relacionados, os quais irão melhorar as previsões climáticas.

Sentinel-5P. © ESA/ATG medialab

Sentinel-5P. © ESA/ATG medialab

A próxima missão do Sentinel˗5P para o programa europeu Copernicus está configurada para continuar a recolher dados sobre o metano e outros componentes de química atmosférica através da digitalização diária de todo o globo.
Para o futuro, o Sentinel˗5P será muito importante, em particular, por causa das suas observações muito densas e de alta resolução do metano atmosférico, as quais têm o potencial de detetar e quantificar as emissões de importantes ʽhot spotsʼ de emissão de metano, tais como campos de petróleo e gás,” apontou Michael Buchwitz, o qual lidera também o projeto Gases de Estufa, sob a Iniciativa de Alterações Climáticas da ESA.
O objetivo do projeto é gerar produtos de dióxido de carbono atmosférico global e de metano a partir de dados do satélite, os quais são usados em combinação com modelos computacionais para obter informações sobre fontes e bacias regionais de dióxido de carbono e metano. Fonte: ESA

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