Marinha do Tejo: Conferência – A Soberania sobre os Saberes

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Na próxima edição da Nauticampo, a Associação Náutica da Marina do Parque das Nações em colaboração com a Associação Marinha do Tejo vai organizar no dia 14 de Fevereiro uma conferência subordinada ao tema: A Soberania sobre os Saberes.

17:00 Introdução ao tema e moderação da conferência
Eng. Paulo Andrade – Associação Náutica Marina Parque das Nações
Breve introdução ao tema da conferência, dando especial ênfase a um conjunto de medidas que, na visão da ANMPN, podem contribuir para a dinamização de uma cultura náutica catalisadora do desenvolvimento do turismo e das zonas ribeirinhas, aproveitando a excepcionalidade das condições proporcionadas pelo grande estuário do Tejo.

17:10 Protecção do património cultural do estuário do Tejo: o inventário de embarcações tradicionais.
Dra. Elisabete Curtinhal e Sr. João Martins – Ecomuseu do Seixal
Decorrente de uma recomendação sobre “Protecção e valorização do património marítimo do estuário do Tejo – Museus e comunidades” do 1º Encontro de embarcações tradicionais na baía do Seixal, em Maio de 2007, o Ecomuseu Municipal do Seixal (EMS) está a realizar, de forma sistemática, desde Março de 2008, um inventário de embarcações tradicionais do estuário do Tejo. Desenvolvido no âmbito do trabalho de investigação multidisciplinar sobre património e cultura marítima que o EMS leva a cabo, o inventário abarca, de forma integrada, as vertentes materiais e imateriais do património em presença, seguindo uma metodologia participada, com um importante envolvimento das associações e dos proprietários e tripulantes das
embarcações registadas.

17:30 A arte da Construção Naval em madeira de ontem e de hoje
Prof. Adolfo Silveira – Museu Nacional de Arqueologia /CIDMar – UAL

Sr. Jaime Costa – Estaleiro Naval de Sarilhos Pequenos
A arte da construção naval, arquitectada por gerações de mestres da ribeira, traduz-se ainda hoje em normas e procedimentos adquiridos pela experiência, naquela que é uma das mais extraordinárias criações tecnológicas do Homem: o Navio, que partilha características conceptuais, mas tal como as impressões digitais, cada um deles difere
ligeiramente, produzindo uma única construção com distintas qualidades de navegação e manobra. A arquitectura naval em madeira assumiu características locais e regionais herdadas dos estaleiros tradicionais, conhecedores da adaptabilidade, funcionalidade e inovação na construção dos navios, face à constante evolução e exigência da sociedade. Assistimos actualmente ao desaparecimento desses estaleiros e desses Homens, resta-nos com vontade, empenho e insistência, fazer perpetuar esse conhecimento.

18:00 Os métodos e os instrumentos de navegação dos portugueses
Cte. Malhão Pereira – Academia de Marinha
Breve historial dos métodos e instrumentos de navegação desenvolvidos pelos portugueses entre os séculos XV e XVIII, com especial enfoque na importância que os mesmos tiveram para o desenvolvimento da arte de navegar, que permitiu ligar todos os povos do mundo através do Mar.

18:20 A «Soberania sobre os Saberes» e a Marinha do Tejo
Prof. Carvalho Rodrigues – Associação Marinha do Tejo
Quem tem o Império e a Majestade sobre os saberes tem em si sossego. Contribui para o progresso. O progresso coalha-se em pequenos domínios de saber. Em muitos lugares, em algumas épocas, são escarnecidas e abandonadas as vocações soberanas consagradas ao saber. Nesta época, a da idade do entretenimento, faz-se troça dos
saberes que, no final, regem e dominam. Na idade dos mercadores produzir indústria e fazer agricultura foram exilados. Mas do exílio regressam fazendo estourar a golpes as portas imensas da época de ilusões. Quem semeou ilusões, colheu frustrações. O estado emotivo não permite, hoje, raciocínios fortes e o abalo moral destruiu a
soberania do pensamento. Neutralizou, restringiu, a acção. Poderoso Poder este da «Soberania sobre os Saberes». No final, ao fim, tem a Supremacia. É que a «Soberania sobre os Saberes» não pode repartir-se. Não pode delegar-se. Pode-se multiplicar. Pode-se ensinar. Não tem apelação ou recurso. Mas pode-se aprender num
curso. Dura a vida, o ciclo de aprender, a aprender a ser, a ser. No final, no fim, esse saber da «Soberania sobre os Saberes» é supremo. Tem Domínio. Não tem coacção alguma. Governa com absoluto poderio. Sem arbítrio. Sem fraqueza. É a Alma dos Povos. Na idade dos mercadores é uma sentença irrevogável. É decisiva. Tem a simpatia de ser protectora. Prevalece sobre a miséria. Transporta a liberdade. Vive em Paz. Não tem gesto alto. Não tem soberba. Não semeia ilusões. Não colhe frustrações. Não é renunciável. É humilde. É a ciência da arte do artífice e do Arrais que faz “Marinha do Tejo”. É, para toda a crise, o remédio soberano.

18:40/19:00 Debate
Período reservado a perguntas e ao debate de ideias sobre a temática versada na conferência. Após as 19:00, o debate terá continuidade numa confraternização no Stand da «ANMPN/Marinha do Tejo», onde será servido um Café aos participantes.

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