ISQ cria hub de qualificação para o Mar

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O ISQ assinou, no passado dia 5 de junho, um importante Protocolo de Cooperação que estabelece as condições para a criação de um “Hub” de Qualificação e Formação para a Construção, Reparação Naval & Gestão Portuária, num evento que contou com o alto patrocínio do Presidente da República: a 7ª. edição do Forum do Mar – Business2Sea 2017 – subordinado ao tema “Tecnologias e Indústrias Oceânicas”.

Pedro Matias

Pedro Matias

Segundo refere Pedro Matias, Presidente do ISQ, “Trata-se de criar uma parceria sólida e sustentável entre stakeholders estratégicos em Portugal neste setor, oriundos da Indústria Naval, Universidades, Centros Tecnológicos e Organismos Nacionais e Regionais, que permitam dinamizar, inovar, criar emprego qualificado, gerar maiores níveis de competitividade, impulsionar a internacionalização e acompanhar os desafios do paradigma económico e tecnológico da digitalização da industria no quadro da indústria 4.0”.

A economia do Mar em Portugal apresenta alguma deficiência de qualificações e uma população envelhecida sobretudo ao nível da adaptação aos novos equipamentos, processos e serviços. É essencial a transferência de conhecimento através da formação de quadros especializados, até porque a formação contínua é quase inexistente. Na área de construção e reparação naval e gestão de portos, o cenário é ainda mais preocupante, não há quadros qualificados e a solução passa pela subcontratação a fornecedores externos (Espanha, Argélia e Marrocos).
Uma vez que o Mar está na agenda portuguesa e sobretudo na Agenda Europeia, é da máxima pertinência criar competências dado que existe um gap de aptidões para este setor e necessidade de fazer parcerias Academia-Indústria, para colmatar o hiato existente ao nível do sistema educativo, em Portugal e na Europa”, sublinha Pedro Matias.
Neste sentido, o ISQ propôs a criação de um Hub Naval e o protocolo foi assinado no evento Business2Sea. O HUB de Qualificação e Formação para a Construção/Reparação Naval & Gestão Portuária consiste num consórcio constituído pelo ISQ, AtlanticEagle Shipbuilding, Universidade de Coimbra e Quasar. “Trata-se de uma parceria privada que visa dinamizar a qualificação dos profissionais que trabalham nos portos, a partir de experiências já realizadas noutros países e que são consideradas boas práticas. O objetivo é alargar no futuro a outros parceiros, nomeadamente na área da I&D prevendo-se a internacionalização”, sublinha Margarida Segard, adjunta da direção de formação do ISQ.
Neste contexto, “são necessárias novas Competências para a Economia Azul e novas estratégias de formação para responder aos desafios da digitalização dos portos, adaptação ao LNG (Liquefied Natural Gas) e à modernização das indústrias navais”, acrescenta Margarida Segard.

Hub Naval: Inovação
A Capacidade produtiva da indústria naval está concentrada na Ásia, embora Portugal esteja bem posicionado. A construção naval Europeia ocupa-se de navios militares, embarcações sofisticadas e navios de cruzeiro. Em Portugal, há necessidade de dotar os estaleiros de equipamentos mais modernos, implementar uma gestão de operações e planeamento mais capaz e desenvolver setores comerciais mais eficazes.
Não sendo uma indústria sazonal, o setor naval agrega outras atividades relevantes para a economia e a empregabilidade. Todavia, a atividade marítima nacional, por si, não sustenta a indústria naval.
A Indústria de construção e reparação naval é constituída por 600 PME (das quais 500 com menos de 10 colaboradores), com potencial de empregabilidade elevado e localização geográfica privilegiada. Mas o setor naval português engloba, igualmente, empresas inovadoras e tecnologicamente evoluídas, assumindo-se como estratégico para o país, dispõe de estaleiros com capacidade relevante. No entanto, enfrenta uma forte competição por parte de países com mão-de-obra barata ou de países de tecnologia mais avançada.
O objetivo do HUB agora lançado pelo ISQ é a criação de mão-de-obra especializada para o setor naval, business oriented, com mobilidade noutros países e setores de atividade. Pretende-se qualificar e certificar mão-de-obra especializada, desenvolver cursos de formação inicial e avançada, desenvolver formação universitária, atrair para o setor jovens e adultos – qualificados ou pouco qualificados – aumentar níveis de empregabilidade de jovens, mulheres, população de risco ou população pouco qualificada, e trabalhadores pouco modernizados, otimizando os recursos logísticos e equipamentos do mar.

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