A marca de embarcações semi-rígidas Hydrosport tem, ao longo dos últimos anos, vindo a solidificar a sua posição no mercado nacional e internacional.
Conversámos com Eddy Joahansen, o fundador da marca Hydrosport, que deu a sua visão sobre o ano de 2020, sobre a Náutica de Recreio em Portugal e perspetivou 2021.
Para Eddy “…Este ano começou normalmente, entramos o ano com uma carteira de encomendas interessante, na altura as encomendas eram quase todas para o estrangeiro ou para MT em Portugal.
Por volta de Abril morreu tudo lá fora e os MT cá dentro, e deixamos de receber encomendas. Mas após cerca de 4-5 semanas muito calmas, começamos a sentir um aumento gradual de procura interna da área do recreio.
Essa procura continuou até as pessoa irem de férias, em Agosto. Creio que mais do que duplicamos as vendas para Portugal em termos de unidades.
No final do Verão estávamos preocupados com um Inverno longo e calmo, mas a partir de Setembro começaram novamente as encomendas a vir do estrangeiro, e também algumas de Portugal.
Neste momento temos encomendas para os próximos 3 meses, o que é bom para meados de Dezembro, e bastantes mais encomendas na calha, pelo que estamos optimistas em relação a 2021.
Em termos de unidade totais aumentamos cerca de 10%, em termos de facturação não sei ainda, mas deve ser sido os mesmos 10%”.
Aproveitámos esta nossa conversa para falar um pouco mais sobre o atual panorama náutico em relação diversos temas nomeadamente, à legislação e entidades públicas e estruturas organizativas de empresas do sector. Eddy Joahansen é uma pessoa frontal e vai direta ao assunto “…O novo Bmar é uma desgraça, só veio complicar e encarecer mais as coisas – fazemos os registos na Ericeira e sempre funcionou muito bem, agora somos obrigados a ir ao Bmar pedir o conjunto de identificação e aprovação do nome primeiro. Em relação à APICAN*, esta não faz nada para os actores no mercado, só está lá para cobrar quotas e taxas e.g. de manutenção do código de construtor…”.
Quisemos também saber qual a perceção que Eddy Joahansen tem sobre o cliente português. “…Há dois tipos. Os que nunca tiveram barco e que facilmente são enganados por pessoas menos escrupulosas (vê-se os preços absurdos que andam por aí de barcos usados com mais de vinte anos – muitas vezes mais caros do que foram em novo) e os que já tiveram barco e sabem muito bem o que querem. Notamos que o cliente em geral está disposto a investir mais em ter o barco certo com os equipamentos certos para poder gozar os tempos de lazer”.
Em relação a novidades da marca para 2021, “...vamos lançar um semi-rígido profissional com 10,5m de comprimento e, entrámos no mercado dos pneumáticos ao ganhar um concurso para fornecer 6 botes tipo III para a Marinha”.
*Associação Portuguesa da Indústria e Comércio das Atividades Náuticas