Grupo Lindley, um crescimento sustentado

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O Grupo Lindley é uma referência no mercado nacional e desenvolve a sua atividade desde 1930. Visitámos as suas instalações em Portugal e conversámos com Luís Vasconcelos Dias e Pedro Vieira sobre diversos temas atuais desde a internacionalização aos salões náuticos passando pelo desenvolvimento de produto.

Texto: Náutica Press / Fotografias: Viver com Gosto e Grupo Lindley

O Grupo Lindley (GL) foi fundado em 5/4/1930 pelos Engs. Anthony Lindley e Rudolph Ahlers com a designação Ahlers Lindley Lda., dedicando-se à comercialização, importação e exportação de equipamentos, metais, minerais e outros bens essenciais. Após a morte do Eng. Ahlers a família Lindley assumiu o controlo da sociedade e desenvolveu várias áreas de negócio focando-se nas frentes marítima e industrial. Na década de 1960 a segunda geração procedeu a reorganização da empresa, separando as secções e constituindo empresas autónomas e independentes, focadas nas suas áreas específicas de atividade (equipamentos de elevação, químicos e lubrificantes, maquinaria industrial, papel, metalomecânica, marítimo-portuário). Na década de 1990, após alienação da participação nas empresas não relacionadas com o sector marítimo e industrial, o GL focou a sua atividade nas áreas de equipamento de movimentação de elevação e movimentação de cargas, equipamento de cais, soluções flutuantes para marinas e balizamento, onde continua a desenvolver a sua atuação Desde 2004 está presente em Espanha por via da sua associada ALMARIN tendo em 2022 adquirido uma unidade de negócio de um concorrente incorporando uma equipa com mais de vinte anos de experiência no sector de marinas; tem escritórios em Barcelona e Vigo e cobre os territórios de língua espanhola. Em 2015 estabeleceu uma subsidiária no Brasil desenvolvendo atividade nos sectores de marinas e balizamento.

O Grupo
Actuamente o GL atua em três áreas por via das suas empresas operacionais:
ALMOVI – equipamentos de elevação e movimentação de cargas (www.almovi.pt), baseada em Portugal
ALMARIN – equipamento para marinas e balizamento (www.almarin.es), baseada em Espanha
LINDLEY – equipamento para marinas e balizamento (www.lindley.pt), baseada em Portugal

Náutica Press (NP) – Como foi ou está a ser o processo de internacionalização?
Grupo Lindley (GL)Desafiante mas muito interessante. O crescimento para fora de portas implica vencer desafios culturais, processuais e representa um enorme esforço ao qual está associado risco económico e financeiro que requer preparação e tempo. Fazemos um balanço positivo mas retemos as exigências permanentes e os constantes obstáculos que se colocam.

NP – Que análise fazem do atual panorama náutico e quais as perspetivas de evolução dos negócios nos diferentes mercados onde atuam, a curto e médio prazo.
GL – Portugal é um mercado pequeno e limitado onde os investidores existentes e novos lutam para manter e desenvolver o sector. É o nosso mercado de origem que é e será sempre para nós a base de partida e trabalho, pois é daqui que saem as soluções técnicas e os fabricos que exportamos. Achamos que o mercado português está em renovação e vemos algumas oportunidades interessantes. Espanha parece estar numa fase de renovação de concessões que pode trazer oportunidades interessantes. Os mercados sul americano e africano são para nós importantes mas representam o desafio adicional de alguma instabilidade que impede a visibilidade a médio prazo e condiciona o investimento. Olhamos a mercados mais maduros e procuramos oportunidades na Europa e Médio Oriente. Estamos atentos a novos projetos nos países emergentes.

NP – Quais as principais ameaças a essa evolução (nacionais e internacionais).
GLBurocracia excessiva para colher investimento, falta de estratégia de longo prazo com uma visão sustentada e estável, falta de visibilidade a médio prazo, a instabilidade geral do mundo atual.

NP – Como é o processo de desenvolvimento de um novo produto?
GL – Depende do produto mas em traços gerais envolve a definição da necessidade, o enquadramento da oportunidade, análise do esforço e investimento associados vs. retorno do resultado, muitas sessões de debate, estudo, ensaios e testes, que depois é complementado com um relatório final suportado por uma entidade independente que valida e aprova os resultados obtidos. Temos uma equipa multidisciplinar que envolve os vários sectores da empresa.

NP – A sustentabilidade é uma realidade no Grupo?
GL – Sem dúvida sendo também um processo de aprendizagem e desenvolvimento com muito dinamismo associado. Neste momento estamos a concluir um estudo acerca da pegada de carbono dos nossos produtos e equipamentos com vista a poder quantificar o impacto dos vários materiais e componentes. Em paralelo procuramos novas soluções e materiais a incorporar.

NP – Os salões náuticos são importantes?
GL – Sem dúvida. Mas o figurino mudou. Antigamente os salões náuticos eram um ponto de encontro e networking. Atualmente, sendo o nosso negócio maioritariamente BtB, o que nos importa são salões para profissionais e conferências especificas do sector onde podemos estar com os ‘players’ que nos importam. Claro que continuamos a ter participação nos eventos em Portugal, Espanha, Brasil, alguns noutros países mas porque sentimos que é fundamental mostrar a cara. Contudo, o retorno do investimento e esforço que esses eventos implicam não é quantificável.

Ficha Técnica da Empresa
Nº. de funcionários : 22 em Portugal, 14 em Espanha
Mercados : Portugal, Espanha, América do Sul, África, Europa Mediterrânica
Faturação : 10,5m€ em Portugal e Espanha incluindo exportação para os mercados acima

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Acerca do Autor

A redacção da Náutica Press prepara artigos e notícias do seu interesse, mantendo-o ao corrente do que se passa no universo da náutica de recreio e da náutica em geral, em Portugal e no Mundo.

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