A tripulação de Dee Caffari posicionou-se como o barco mais a leste, liderando a frota de sete VO65 que sobem a costa do Brasil com destino a Newport, EUA, a cerca de 6 mil milhas de distância.
O navegador Nico Lunven, Dee Caffari e a restante tripulação estavam seguros que o facto de estar mais a leste traria melhor vento e garantia melhores resultados, dando-lhes algum avanço sobre os seus rivais.
E quando a 8ª etapa chegou ao seu sexto dia, a sua tática parece ter valido a pena, já que têm uma vantagem de mais de 17 milhas em relação ao Vestas 11th Hour Racing.
Apesar dos ganhos, não foi nada simples para o Turn the Tide on Plastic que continuam a ter que evitar as enormes nuvens do Atlântico Sul, ameaçando retardar a sua progressão para norte.
“Chegamos ao ponto em que podemos navegar mais rápido, no entanto, as nuvens têm uma ideia diferente“, disse Caffari.
“Ontem à noite passamos cerca de oito horas sob uma nuvem com a pressão a mudar constantemente, e consequentemente a direção do vento sempre a mudar, para além de chuva constante.”
“Mudanças constantes de velas obrigaram a tripulação a estar sempre alerta e, portanto, houve muito pouco tempo para dormir. Mesmo agora que deixamos para trás as nuvens monstruosas, temos nuvens constantes a passar por nós.”
“Algumas grandes, outras pequenas, todas com variações de pressão do vento, todas com uma ligeira mudança do vento e algumas com alguma precipitação. Fizemos uma escolha de velas que nos permite andar bem quando estamos com ventos, e somos capazes de nos ajustar às mudanças quando estamos a enfrentar outra nuvem.”
“Agora só precisamos continuar a tentar seguir na direção certa. Nem sempre é fácil, quando uma outra nuvem está a tentar agrupar a frota. ”
Desafios à parte, o humor a bordo do Turn the Tide on Plastic permanece alto.
“Agora estamos na frente, o que é fantástico”, disse Frederico Melo, tripulante português. “Estamos a fazer uma etapa muito sólida – só temos que continuar a fazer o mesmo por mais duas semanas!”
Os primeiros, não são os únicos que sofrem com a pressão instável causada pela atividade das nuvens.
Com o vento a subir de menos de 10 nós para 30 em questão de minutos, o grupo perseguidor também pode ficar preso nas nuvens.
“Há muito ar quente onde estamos e muita energia a ser criada“, disse Rob Greenhalgh, leme do 6º classificado, o MAPFRE. “Essas nuvens aparecem em todo o lado e são enormes!”
“Espero que esta seja a nossa pior fase. A previsão para as próximas 48 horas é para aumentar o vento e ângulos ligeiramente mais favoráveis ”.
Às 13:00 UTC, a MAPFRE estava atrás do Turn the Tide on Plastic 48 milhas, mas era o barco mais rápido da frota, a fazer 16,2 nós.
“Não estamos muito mal, mas o Turn the Tide está a ganhar muito terreno e continuará a fazê-lo”, acrescentou Greenhalgh. “Espero que as coisas mudem um pouco e possamos começar a recuperar.”
O Sun Hung Kai / Scallywag está a pagar o preço de ser o barco mais a oeste, estando a quase 50 milhas do barco português.
O tracker continua ao vivo e assim permanecerá por mais 24 horas, permitindo que os fãs acompanhem a regata ao minuto.
8ª etapa – Classificação às 16:30 UTC – 27 de abril de 2018
1. Turn the Tide on Plastic (Dee Caffari) – 4026,46 milhas para o final
2. Vestas 11th Hour Racing (Charlie Enright) + 11,44 milhas
3. Dongfeng (Charles Caudrelier) + 21,37 milhas
4. Brunel (Bouwe Bekking) + 28,15 milhas
5. AkzoNobel (Simeon Tienpont) + 28,82 milhas
6. MAPFRE (Xabi Fernandez) + 47,94 milhas
7. Sun Hung Kai/Scallywag (David Witt) + 51,94 milhas