Para assinalar a celebração do protocolo entre a Faculdade de Motricidade Humana (FMH), a Federação Portuguesa de Atividades Subaquáticas (FPAS) e a recém-formada Comissão Nacional de Mergulho e Atividades Subaquáticas (CNMAS), realizou-se no passado dia 6 de Dezembro de 2012, no salão nobre da FMH, na Cruz Quebrada – Jamor, um conjunto de cinco iniciativas com a designação: Voltar ao Mar.O evento iniciou-se com uma exposição de fotografia subaquática de Rui Guerra, intitulada: Açores natureza submarina em estado puro. A coleção de obras a ver, compõe-se de vinte e seis magníficas fotos (70 x 59), selecionadas de um trabalho de recolha efetuado pelo fotógrafo nos Açores, com licença especial.
As obras estarão expostas ao público, até ao final de Janeiro de 2013, num local próprio e criado nos corredores principais da FMH, denominado de espaço de exposições Professor Mário Godinho, que formalmente se inaugurou com esta mostra.
A título de curiosidade toda a informação técnica desta expedição foi fornecida em suporte digital, acessível através da internet no site da FMH, o que possibilita a sua consulta e descarga por código, antes ou durante a própria visita física.
Após percorrer e acompanhar a exposição, o fotógrafo Rui Guerra, apresentou uma palestra destinada aos alunos e convidados, sobre a – Recolha de imagens em Desporto e Ciência, em que transmitiu apontamentos e conselhos da sua grande experiência como fotógrafo submarino profissional, várias vezes campeão nacional e mundial desta modalidade. Num tom informal, apresentou um conjunto de imagens ilustrativas, da sua mensagem com enorme valor técnico e estético.
Seguiu-se a cerimónia alusiva à assinatura do protocolo entre a FMH e a FPAS, levada a cabo pelos respetivos presidentes, designadamente o Prof. Doutor Carlos Neto, da FMH, o Prof. Ricardo José, da FPAS, e o Prof. Doutor Fernando Duarte Pereira, da CNMAS.
Na ocasião, Presidente da FMH, Carlos Neto, salientou a importância da relação entre a Universidade e a atividade desportiva federativa. Relembrou, o interesse das atividades de natureza para a formação das crianças, tendo acentuado a necessidade de criar carreiras profissionais associadas ao Desporto, mas também ao recreio e turismo, realçando o que está por fazer, face ao desígnio nacional do Mar.
O presidente da FPAS, Ricardo José, destacou a importância da entreajuda entre as instituições, realçando a necessidade de termos referências na alta competição internacional para os novos praticantes, referindo os exemplos de Jody Lot, campeão mundial de pesca submarina, e de Rui Guerra, entre outros atletas nacionais.
Disponibilizando e solicitando apoio de recursos humanos e materiais da UTL para aceder a outros níveis de desenvolvimento, por exemplo, através da intervenção laboratorial científica no trabalho e acompanhamento das carreira desportivas dos atletas, caracterização e apoio às competições e na gestão federativa através de projetos na área das tecnologias de informação e comunicação, referindo o que está criado por parte da Federação.
O presidente do Conselho Pedagógico da FMH e presidente da CNMAS da FPAS, Fernando Duarte Pereira, aproveitou a ocasião para, conjuntamente com os outros membros presentes na mesa, pertencentes à respetiva comissão, nomeadamente o Professor Doutor Emanuel Gonçalves, para a área do Ambiente e Biologia, e o Dr. Marcos Miranda, para a área da medicina desportiva subaquática, apresentar as finalidades e objetivos do trabalho a realizar, no âmbito da CNMAS e deste protocolo, na área da formação, segurança e gestão da qualidade.
Referindo a necessidade urgente de unir esforços e concertar ações no setor do Mergulho e Atividades Subaquáticas em torno do Mar, entre Governo, Federações, Universidades e Escolas. Salientou essencialmente a necessidade de se trabalhar, ao abrigo da legislação recente no setor, na formação de técnicos de desporto. Afirmou ser intenção desta Comissão aproximar as atividades, e a nossa cultura do mar português, às escolas, desde o ensino infantil e básico ao superior, aproveitando a oportunidades como o Mergulho, enquanto Desporto e Turismo, está desenvolvido a nível internacional e com as transposições legislativas europeias para o nosso país, que estão em curso, relacionada com a proposta de Lei que aguarda publicação (PL n.108/XII).
A quarta iniciativa, foi mais uma palestra técnica, sobre o Mergulho e o ensino, dirigida aos dirigentes, professores e empresários do setor e parceiros institucionais.
Na qual, Fernando Duarte Pereira, fez um breve historial sobre o início do mergulho recreativo mundial, nos países, do sul de Itália e França, sobre a formação de mergulho no nosso país, associada ao ensino superior, ao ISEF, FMH-UTL e FPAS em particular. Lamentou o estado degradado de conservação das instalações próprias que a FMH dispôs, e que utilizou no passado, desde 1994, ao abrigo de um protocolo de exploração conjunta, com uma empresa criada por alunos – Cipreia, tendo esta parceria possibilitado a realização de centenas de certificações de mergulho internacional, e continuar a assegurar atualmente, condições logísticas de formação na área de pós graduada no âmbito do Desporto de Natureza e Aventura, que a FMH-UTL oferece.
Seguidamente, fez uma análise sobre uma controvérsia existente na comunidade científica internacional, neste setor do ensino e formação do desporto aventura – o risco real versus benefícios educativos, que o mergulho e este tipo de modalidades desportivas e turísticas oferecerem. Falou de ser o tempo e oportunidade de mudança de paradigma formativo no setor do Desporto de Aventura, natureza e náutico, apresentando os requisitos e carreira dos futuros técnicos desportivos, nesta área.
Culminou, apelando à necessidade das escolas, centros de mergulho e fornecedores de serviços em geral, ligados ao desporto e recreio “qualificarem os produtos e serviços intangíveis de oferta, assim como os espaços, equipamentos e materiais, por forma, a qualificar a prática desportiva e de turismo ativo, assegurando a estabilidade e gestão da qualidade dos produtos e a busca de constante melhoria.
Terminou referindo os casos atuais, como a criação de locais artificiais de mergulho no Algarve transformando sucata em vida, e o caso específico dos Açores, tema da exposição de Rui Guerra, frisando o potencial natural que a nossa zona marítima e costeira oferecem, faltando, em seu entender, a formação de recursos humanos para a preencher, reforçando a necessidade de se criar uma educação ao longo da vida em torno da nossa Cultura do Mar.
Por último, coube à Comissão de Audiovisuais da FPAS, fazer a apresentação das obras e entrega de diplomas e troféus do II Open do Continente de Fotografia Subaquática 2012, realizado no passado dia 6 de Outubro de 2012, em Peniche na Reserva das Natural das Berlengas. Cada concorrente selecionou 6 fotos, uma delas a preto e branco. Nos três primeiros lugares ficaram os atletas, Filomena Sá Pinto – em terceiro lugar, Pedro Vasconcelos – em segundo lugar e Rui Bernardo – em primeiro lugar.
FPAS assina protocolo com a faculdade de Motricidade Humana
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