Fluviário de Mora no programa de monitorização de peixes em Coimbra

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O Programa de Monitorização da Passagem Para Peixes (PPP) do Açude-Ponte em Coimbra iniciou-se em Outubro do corrente ano e conta com a participação da Agência Portuguesa do Ambiente, I.P. (APA), da Universidade de Évora, do Centro de Oceanografia e do Fluviário de Mora. O principal objetivo é determinar a eficiência e eficácia deste dispositivo hidráulico para a ictiofauna que realiza migrações ao longo do Rio Mondego.
A construção do Açude-Ponte na década de 80, à semelhança do que acontece com outras infraestruturas similares que seccionam o rio e, consequentemente, impedem a livre circulação piscícola, veio limitar o habitat disponível para os peixes migradores a um troço com cerca de 40 km de extensão entre a Figueira da Foz e Coimbra.
No entanto, apesar dos vários constrangimentos levantados à sobrevivência dos peixes migradores neste curso de água, o número de efetivos que continua a ocorrer no Rio Mondego é indicativo do potencial de recuperação deste sistema aquático, caso sejam tomadas medidas concretas que visem a reabilitação do rio e a recuperação das populações piscícolas afetadas.
Neste sentido, a PPP do Açude-Ponte em Coimbra constitui uma importante medida que restitui a livre circulação piscícola entre o baixo e o médio do Mondego a espécies diádromas como o sável, a savelha, a enguia-europeia, a lampreia-marinha e o muge.
Acrescente-se ainda outras espécies que realizam migrações apenas em água doce, como o barbo-comum e a boga-comum, e que também usufruirão da continuidade entre o troço baixo e o troço médio do Rio Mondego que esta infraestrutura recentemente construída potencia.
No entanto, e para a medida ser um sucesso, as várias partes interessadas e envolvidas na exploração, gestão e conservação destas espécies devem sintonizar esforços para acelerar a recuperação desta bacia hidrográfica e tornar o Mondego um importante reduto para espécies com elevado valor comercial e conservacionista.
Neste sentido, foram encetados contactos com os pescadores profissionais que operam no Mondego, uma vez que são um parceiro fundamental para levar a bom termo a recuperação das populações de peixes migradores desta bacia hidrográfica, as quais evidenciam já sinais de esgotamento. A colaboração destes profissionais será um valioso contributo para a definição de um modelo de gestão pesqueira participado que garanta a exploração sustentável destes recursos pesqueiros. Igualmente fundamental será o reforço da fiscalização de forma a eliminar as atividades furtivas que ainda se registam com alguma frequência, particularmente a jusante de Coimbra.

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