A 22 de Outubro de 2009, numa cerimónia na Sezione Velica da Marinha Italiana em La Spezia, o Eilean foi entregue pelo estaleiro Francesco Del Carlo à Officine Panerai, a patrocinadora oficial do Panerai Classic Yachts Challenge, o mais importante circuito internacional de regatas para iates clássicos.
O Eilean, um veleiro histórico com dois mastros e 22 metros de comprimento, projectado e construído em 1936 pelo lendário estaleiro Escocês Fife, regressou ao seu esplendor original após mais de dois anos e meio de um trabalho de restauro integral.
A entrega do Eilean, que se seguiu ao lançamento técnico em Setembro e aos subsequentes testes no mar, foi marcada por uma cerimónia organizada pela Marinha Italiana, na presença do Vice-Almirante Franco Paoli, o Comandante do Departamento do Mar Tirreno da Marinha Italiana. Uma série de imagens históricas e fotografias foram expostas nesta ocasião, documentando a longa história que levou ao salvamento e ao renascimento do Eilean. As fotografias deste trabalho de restauro foram efectuadas por Francesco Rastrelli.
O restauro a que a embarcação histórica foi sujeita, transformou totalmente o Eilean a partir do estado de deterioração no qual se encontrava quando foi adquirido pela Panerai em 2006, restituindo-lhe o esplendor original. O navio encontrava-se em Antigua e foi transportado para Itália num navio cargueiro em Fevereiro de 2007. Uma renovação completa preservou não apenas a sua forma e características, mas também a maior parte dos seus materiais originais. Ao longo de mais de dois anos e meio, este projecto manteve ocupada uma equipe de artesãos do estaleiro Francesco Del Carlo, em Viareggio, supervisionada por Enrico Zaccagni. O resultado final não deixou ninguém indiferente.
O Eilean é caracterizado por linhas e proporções que ampliam a sua beleza. A embarcação possui dois mastros, cada um com a sua própria vela triangular. A estrutura é composta por diversos materiais, como a madeira de Burma suportada por uma sub estrutura metálica revestida a zinco. Com linhas sóbrias e elegantes, o navio não foi originalmente construído para competir em regatas. Ainda hoje, ele não esconde a sua verdadeira alma e a grande elegância que é a parceira perfeita para as características funcionais que apresenta.
Um veleiro com história
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Durante a sua longa história, o Eilean já atravessou o Atlântico 36 vezes, e também já teve os seus 15 minutos de fama quando em 1982 foi escolhida pelo grupo pop Duran Duran, para a gravação do vídeo clipe Rio, quando a banda ainda estava no auge da sua fama.
Ver o Eilean regressar à sua antiga glória é emocionante, e estou certo de que todos os amantes de veleiros antigos partilham desta minha emoção, declarou Angelo Bonatti, CEO da Officine Panerai. Com a sua elegância e linhas perfeitas, o Eilean não é apenas um exemplo extraordinário de manufactura e autenticidade, mas também um símbolo de um amor pelo mar que apenas a vela pode expressar.
Panerai e o gosto pelo mar
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A ligação entre a Marinha Italiana e a Officine Panerai vem de longe. Em 1936, ano em que Eilean foi construído, o construtor Florentino de relógios criou o primeiro protótipo de um modelo subaquático para missões de mergulho efectuadas pelos comandos da Real Marinha Italiana. Em reconhecimento desta história e dos muitos aspectos em comum entre a vela clássica e a alta relojoaria, a Panerai tem vindo a promover desde há vários anos a cultura da náutica com o Panerai Classic Yachts Challenge.
O Eilean irá zarpar no início de 2010 para a sua primeira travessia do Atlântico desde que foi submetido ao restauro integral, e no mês de Abril irá participar na Antigua Classic Week, a primeira regata do Panerai Classic Yachts Challenge 2010.
No final do circuito, o Eilean passará a ser a estrela de diversas iniciativas para a promoção da cultura da vela clássica e histórica.
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Exclusivamente para o Eilean, a Officine Panerai produziu alguns instrumentos náuticos: um barómetro, higrómetro, termómetro, relógio de parede e ainda um cronómetro de marinha.
Este último, construído com uma caixa em aço escovado e um aro em aço escovado com extremidades polidas, utiliza o movimento de corda manual calibre OP XX. O conjunto é montado numa caixa de madeira ao estilo dos clássicos cronómetros de marinha que predominaram a bordo dos navios do século XIX.