CORREIOS LANÇAM NOVA EMISSÃO FILATÉLICA: PEIXES DA COSTA PORTUGUESA EM SELOS DOS CTT

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A nova série de selos dos CTT apresenta alguns peixes que povoam a nossa costa, mas passam despercebidos à maioria das pessoas. São peixes muito pequenos – o maior tem perto de 30 centímetros, o mais pequeno não passa dos 4 centímetros – mas fascinantes pelas formas e cores com que se exibem.
Esta nova emissão lançada no passado dia 7 de Outubro, dia da abertura, em Málaga, da “Exposição Mundial de Filatelia España 06”, uma importante mostra filatélica organizada pelos Correios espanhóis.
A colecção tem design gráfico de Vasco Marques, executado sobre desenhos de grande rigor científico de Pedro Salgado, um biólogo marinho e ilustrador científico de renome internacional. Inclui 6 selos, com valores de 30 cêntimos, 45 cêntimos, 60 cêntimos, 75 cêntimos, 1 euros e 2 euros, e 2 blocos, contendo cada um dois selos, com valor facial de 1,60 euros. A obliteração de primeiro dia tem lugar em Lisboa, no Porto, no Funchal e em Ponta Delgada.
O selo de 30 cêntimos terá uma tiragem de 300 mil exemplares, todos os outros têm tiragens de 250 mil.
Serão impressos 70 mil exemplares de cada um dos blocos.
Os peixes escolhidos para esta série vivem na zona litoral, entre uma grande diversidade de organismos marinhos. A grande maioria pode ser vista nas pocinhas que se formam com a maré-baixa ou a poucos metros da praia. Os outros podem aventurar-se até um pouco mais longe, mas não passam dos dez metros de profundidade.


Bodião-Verde e o Caboz

Bodião-Verde e o Caboz
O Bodião-Verde,Thalassoma pavo, mede cerca de 18 centímetros e apresenta um padrão de cor muito variável ao longo da vida e uma distinção evidente entre sexos. Vive junto aos fundos de rochas e algas de todo o litoral, encontrando-se, por vezes, na zona das marés. Solitário, ocasionalmente forma pequenos cardumes. Alimenta-se de pequenos moluscos e crustáceos.
Quanto ao Caboz, Blennius ocellaris, com 15 centímetros de comprimento, vive na zona das marés, no meio de rochas e algas, e não passa de profundidades de poucas dezenas de metros. Alimenta-se de pequenos invertebrados. No verão, coloca os ovos no interior de uma concha que é protegida pelo macho.


Apara-Lápis e o Peixe-Aranha

Apara-Lápis e o Peixe-Aranha.
O Apara-Lápis, Macrorhamphosus scolopax, tem à volta de 15 centímetros e é um parente afastado do Cavalo-Marinho. Vive em fundos arenosos litorais, podendo encontrar-se desde os 5 metros até mais de 500 metros de profundidade. Desloca-se em cardumes de aspecto invulgar, em que todos os peixes se encontram com a mesma orientação e quase na vertical com a boca em direcção ao fundo. Alimenta-se, essencialmente, de pequenos invertebrados.
Quanto ao Peixe-Aranha, Echiichthys vipera, pouca gente os vê, mas muitos já sentiram o doloroso efeito do veneno que injecta através da barbatana dorsal nos pés de quem o pisa. Tem, em média, 12 centímetros de comprimento. Durante o Verão fica-se pelas águas menos profundas. Mantém-se imóvel, enterrado na areia e confundindo-se com ela, apenas com os olhos e os espinhos venenosos de fora, e aproveita essa camuflagem para atacar tudo o que seja peixe ou invertebrado e lhe passe desprevenidamente à frente. Carnívoro, muito voraz, alimenta-se durante a noite. No Inverno, parte para longe da costa.


Sugador


Andorinha


Peixe-pau-lira


Judia


Caboz


Pim-Pim

Os selos mostram-nos seis outros pequenos peixes que povoam as cercanias das nossas praias.

O Pim-Pim, Capros aper, ilustra o selo de 30 cêntimos. Mede cerca de 12 centímetros e nada em cardumes junto a fundos rochosos, onde se alimenta de pequenos crustáceos. Pode migrar até profundidades da ordem dos 400 metros. Reproduz-se durante Primavera e Verão.

Andorinha, Anthias anthias, assim se chama o peixe que ilustra o selo de 45 cêntimos. Com os seus 20 centímetros, é um dos maiores deste conjunto. Vive em pequenos cardumes, nas rochas com grutas e fendas onde se protege. É hermafrodita e reproduz-se durante o verão. Carnívoro, alimenta-se de crustáceos e pequenos peixes. Quando jovens, estes peixes formam cardumes de maiores dimensões.

No selo de 60 cêntimos aparece-nos o Sugador, Lepadogaster lepadogaster. Pode parecer estranho, mas é um peixe que mal sabe nadar. Com apenas 8 centímetros, vive na zona das marés fixando-se ventralmente a pedras onde permanece imóvel. E para ali fica, a proteger as ovas ou à espera dos distraídos que lhe passem ao alcance e se transformem em almoço.

O Caboz, Gobiusculus flavescens, ilustra o selo de 75 cêntimos. É o mais pequeno da colecção, mede apenas 4 centímetros. Encontra-se em cardumes pouco móveis desde a zona das marés até cerca de 20 metros em povoamentos de algas laminárias e de ervas marinhas. Alimenta-se de pequenas minhocas e crustáceos. Com 7 meses já se pode reproduzir, mas raramente ultrapassa os dois anos de idade.

Judia ou Donzela, Coris julis, que aparece retratado no selo de 1 euro, é outro do grupo dos maiores, com 20 centímetros. É muito comum em todo o litoral rochoso. Tem o hábito de se esconder na areia, durante a noite ou quando se assusta.
Alimenta-se de pequenos gastrópodes, ouriços, minhocas e crustáceos. Algumas fêmeas mais velhas transformam-se em machos.

O Peixe-pau-lira, Callionymus lyra, foi o escolhido para o selo de 2 euros. É o maior desta colecção, podendo medir 30 centímetros. É também um dos mais coloridos, com membranas dorsais e cauda amarelas, com linhas azuis e violeta. Corpo decorado com manchas e linhas violeta. São muito ciosos do seu espaço e os machos podem tornar-se agressivos entre si. Alimentam-se de pequenos invertebrados.
A edição filatélica dos Peixes da Costa Portuguesa é completada com a venda de sobrecritos de primeiro dia, com preços de 55 e 75 cêntimos, da pagela explicativa, com o custo de 70 cêntiomos, e um conjunto de 6 bilhetes postais, ao preço de 45 cêntimos.

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