A escolha de uma embarcação semi-rígido faz-se, normalmente, por critérios de segurança e estabilidade mas também por razões do tipo de utilização que iremos dar a essa embarcação.
Hoje em dia, a oferta existente no mercado de embarcações semi-rígidas é enorme e com produtos para todo o tipo de utilização. Em Portugal, este tipo de embarcação, esteve até há pouco tempo muito relacionada com a prática de actividades subaquáticas. Julgando-se que elas não serviriam para mais nenhum outro de tipo de prática náutica.
Trata-se de um puro engano pois, o grau de sofisticação (cabinas, cozinha, casa de banho) que alguns construtores italianos colocam nos seus modelos, é algo de espantoso…
Lay-out e materiais
A grande maioria dos construtores dispõe de modelos de embarcações semi-rígidas do tipo Open ou mais normais com consolas, bancos, etc.
A embarcação do Open permite ao utilizador escolher qual a configuração de lay-out quer para a sua embarcação. O mobiliário é um acessório e comprado à parte e colocado no convés em função do tipo de utilização que o proprietário quer dar à embarcação. Por vezes vemos modelos com apenas com uma consola totalmente encosta a um dos bordos privilegiando, desta forma, a capacidade de carga de equipamentos e a boa circulação a bordo. Ao nível dos acessórios existe uma grande diversidade de formas quer de consolas como bancos que, também eles, dependem da finalidade de utilização.
No que diz respeito à forma do casco e, como em qualquer embarcação, poderá ter um V mais pronunciado, médio ou pouco. Se o V for mais pronunciado poderá navegar em mares mais ondulados com uma passagem mais confortável na vaga.
Quanto aos tecidos utilizados no fabrico dos flutuadores podem ser fabricados com três tipos de materiais: PVC; Hypalon/Neoprene e Polyurethane.
O PVC é utilizado por algumas das principais marcas como são os casos da Bombard, Valiant e Zodiac. As colagens são feitas a quente por um processo industrial.
O Hypalon / Neoprene é utilizado pela BWA, Capelli, Hydrosport, Joker, Mar Sea, Sacs, Sea Ribs, Setamar e Zar. As colagens são feitas a frio manualmente.
O Polyurethane é o material menos comum e é utilizado pela Valiant (“AKRON TPE”). As colagens são feitas a quente por um processo industrial.
No que diz respeito aos tecidos num futuro breve irá existir uma evolução na utilização sendo que a Zodiac já está a desenvolver um novo produto Strongan Duotex com garantia de 5 anos.
Vai comprar o seu primeiro semi-rígido
A decisão de compra deverá ter em conta qual o tipo de utilização vai dar à sua embarcação, para onde irá navegar e que tipo de carta pretende tirar.
Tomada a decisão em relação ao tipo de barco que necessita, à que ter em conta que o transporte de um semi-rígido é realizado com recurso a um atrelado. Será que o seu automóvel possui as características adequadas para realizar tais funções? Será que possui uma carta de condução também ela válida para conduzir o conjunto?
Ultrapassadas estas questões vamos concentrar a nossa atenção no que diz respeito à questão do arrumar do barco e atrelado. A solução nem sempre é tão fácil devido ao volume e dimensões do conjunto. Desta forma terá que pensar aonde vai guardar a embarcação: garagem própria, deixar ao ar livre com capota, recolher numa empresa de serviços ou deixar numa marina.
A escolha de uma marca e de um modelo é algo de complicada decisão. Hoje em dia, no mercado nacional, a oferta é diversificada e normalmente de boa qualidade. Os agentes económicos criaram uma fórmula de comercialização interessante que é a dos packs barco/motor, onde os preços são mais competitivos. Na hora da decisão tenha em conta a rede de assistência técnica das marcas e, na capacidade do agente económico realizar um serviço de pós-venda de qualidade.
Uma coisa que deverá ter em conta é se o preço inclui os acessórios, os equipamentos de segurança obrigatórios, o serviço de montagem e o atrelado.
Ainda no que diz respeito a despesas com a embarcação terá que ter em conta o valor do registo, seguro, selo e taxa de farolagem.
Sempre Útil Saber
LEGISLAÇÃO
Carta de Principiante habilita o titular ao comando de ER à vela ou a motor de comprimento até 5 m e com potência instalada não superior a 4,5 kW, em navegação diurna até 1 milha da linha de baixa-mar.
Carta de Marinheiro habilita o titular ao comando de uma ER até 7 m de comprimento, em navegação diurna à distância máxima de 3 milhas da costa e de 6 milhas de um porto de abrigo, com os seguintes limites:
– De 14 aos 18 anos – ER de comprimento até 5 m, com potência instalada até 22,5 kW
– Mais de 18 anos – ER de comprimento até 7 m, com potência instalada até 45 kW;
– Mais de 16 anos – motos de água e pranchas motorizadas (jet ski) independentemente da sua potência.
Carta de Patrão Local habilita o titular ao comando de ER em navegação à vista da costa, até uma distância máxima de 10 milhas de um porto de abrigo e de 5 milhas da costa.
Carta de Patrão de Costa habilita o titular ao comando de ER em navegação até uma distância da costa que não exceda 25 milhas.
PAPEIS DE BORDO
Livrete de Embarcação – é passado depois do registo definitivo e contem as características da embarcação, conjunto de identificação e nome da embarcação.
Apólice de Seguro de responsabilidade civil de danos a terceiros – é obrigatório para as Embarcações de Recreio tipos 1, 2, 3 e 4 e das restantes embarcações de recreio que possuam pelo menos um motor como meio de propulsão
Equipamento de Segurança Obrigatório
DOCUMENTAÇÃO DO BARCO:
Livrete (com vistoria em dia)
Selo (imposto sobre veículos)
Taxa de Farolagem (mesmo que seja na barragem)
Seguro
Licença de Estação (se tiver VHF)
DOCUMENTOS PESSOAIS:
Carta de navegador de recreio
Certificado de operador radiotelefonista
Bilhete de identidade
SE REBOCAR O SEU BARCO NÃO ESQUEÇA
Livrete do Atrelado
Título do registo de propriedade
Seguro de reboque
Para além de tudo isto não esqueça a palamenta
(de acordo com a classificação da embarcação)