A actividade na frota de TP52 tem vindo a aumentar progressivamente nos últimos meses. Pequenas modificações às regras da classe TP52 implicam que todas as equipas que estão a planear competir nas cinco regatas do Circuito Audi MedCup ou no Campeonato Mundial de TP52 em Outubro terão de ter efectuado nos seus barcos as modificações que lhes são exigidas: adicionar 150Kg de peso à quilha para compensar a redução no peso da tripulação, mudar para uma vela grande de topo recto com backstay duplo e aumentar a área de spi, bem como adicionar paus de spi.
A divisão do Grupo Santa Monica que organiza o Circuito, World Sailing Management, esperam ter o mesmo número de barcos do passado ou talvez um TP52 adicional. Duas novas tripulações da Americas Cup estão já em pleno treino.
Esperamos ter de 10 a 13 barcos na classe TP52 e cinco ou seis na classe GP 42, o que acaba por ser uma boa participação tendo em conta a situação económica refere Nacho Postigo (ESP), um dos fundadores do Circuito.
A classe TP52 levou a cabo as alterações de inverno sem grandes problemas.
Do Reino Unido chega-nos TeamOrigin com o seu novo barco desenhado por Juan Kouyoumdjian (ARG) já quase construído em Auckland, na Salthouse Boats. Este será o único TP52 a ser construído de novo este inverno e está previsto que seja despachado directamente para Portugal.
Mike Sanderson (NZL), CEO da TeamOrigin (GBR) disse: O prazo que tínhamos ia sempre ser apertado mas está tudo a correr dentro do previsto. O barco deve sair da Nova Zelândia em meados de Março. Temos espaço reservado num cargueiro de fruta o que nos dá uma certa segurança já que se houver atrasos, a fruta apodrece. Vamos enviá-lo a um local perto do evento e faremos as medidas finais aí e navegaremos então com ele pela primeira vez. Não é o ideal, mas sempre soubemos que ia ser assim, sempre soubemos o prazo que íamos ter antes de começar a construir, agora resta-nos esperar que o consigamos afinar o mais rápido possível. Estamos ansiosos. Vai ser uma temporada espectacular. Mal podemos esperar.
Os actuais campeões da Audi MedCup, a Emirates Team New Zealand (NZL), fizeram as suas modificações em casa e têm estado a testar a nova configuração ao largo de Auckland em condições excelentes. Fora isso, explica o CEO Grant Dalton (NLZ), a única mudança na sua combinação vencedora é a nova pintura. Navegarão exactamente com a mesma equipa de base.
Os vencedores da Audi MedCup 2008, Quantum Racing (USA), que em 2009 foram vice-campeões, parecem ter usado esta oportunidade para actualizar a disposição do convés e fazer alterações gerais. Os campeões de 2007, o Artemis (SWE) de Torbjorn Tornqvist (SWE), têm planos para uma temporada bastante intensa e regressarão para dar luta. O Matador (ARG) de Alberto Roemmers (ARG) começará os treinos a 19 de Março como preparação para a regata Palma Vela onde está previsto que participem 5 equipas: Artemis, Cristabella (GBR) Matador e Synergy (RUS)
O Bribon (ESP) sofreu algumas modificações menores para além das exigidas pelas regras da classe. Mudaram para tiller steering, eliminando as duas rodas de leme, mudaram o sistema de escota da vela grande e ampliaram a linha do convés na vertical ajustando-se a todos os outros TP52 mais recentes. Navegarão com uma tripulação quase toda espanhola liderada por Gonzalo Araujo (ESP) no papel que desempenhou tão bem no Campeonato Mundial de TP52 em Palma no ano passado. O duplo vencedor da prata olímpica, o britânico Ian Walker será o táctico.
Ignasi Triay (ESP), project manager e trimmer do Bribón conclui: Vai ser difícil para nós certamente, uma vez que é a quarta temporada que fazemos com este barco. Vai ser realmente duro terminar entre os cinco primeiros com equipas como Quantum Racing, TeamOrigin e Emirates Team New Zealand disputando os lugares cimeiros e tendo em conta que os dois barcos russos e o Bigamist têm muito boas performances. Mas daremos o nosso melhor. O Campeonato do Mundo mostrou-nos que em mar calmo e com vento moderado o barco pode ser competitivo. Dean Barker (NZL) disse no ano passado que se navegarmos de forma perfeita podemos terminar entre os três primeiros. Eles têm um barco que pode disputar a vitória numa prova mesmo que não tenham um grande começo, e isso para nós é a grande diferença.
Também de Palma é Cristabella, do britânico John Cook (GBR), que conta com uma nova mastreação, e terá algumas alterações ao nível da tripulação com o proa vencedor da volta ao mundo Justin Slattery (IRL) no extremo e com o navegador da volta ao mundo e da America´s Cup Simon SiFi Fisher (GBR) que se junta de novo à equipa.
Brendan Darrer (IRL/GBR) Project manager do Cristabella (GBR) disse: Esta temporada vai ser difícil para nós. Todos os anos dizemos que vai ser mais difícil e realmente é mais difícil. Mas vai ser um óptimo ano e estamos muito entusiasmados. Acima de tudo, queremos ver uma melhoria realista na nossa própria performance e se isso acontecer ficaremos contentes.
A esperança dos anfitriões na regata de abertura estará depositada no Bigamist de Pedro Mendonça que este inverno têm treinado a sério ao largo de Cascais, a sua terra natal. O facto de terem treinado juntos durante bastante tempo foi a chave do seu sucesso em 2009 e agora em águas familiares, a equipa portuguesa tem boas hipóteses de começar a Audi MedCup de 2010 em grande estilo.
A frota de GP42 está-se a compor e conta com pelo menos um barco novo, que se junta à MedCup depois de ter participado nos Campeonatos do Mundo de GP42 de 2009.
Pensando no público
A nova temporada que começa dentro de dois meses não só trará novas equipas, novas regras e novas cidades, também haverá um esforço redobrado para promover tanto o Circuito Audi MedCup como o desporto da vela. Fernando Iñigo (ESP) Director de Marketing da World Sailing Management e da Audi MedCup explica: Procuramos consolidar o êxito que tivemos ao nível da TV em 2009, incluindo inovações importantes que revelaremos em breve e que revolucionarão a forma como se difunde o desporto da vela. Fora isso, estamos a conceber uma nova e ambiciosa área pública com o objectivo de tornar a Audi MedCup mais popular. Neste sentido, as duas novas cidades, Barcelona e Cascais, são chave.
