Cientista de Reguengos de Monsaraz conta experiência profissional que viveu durante 61 semanas na base Halley VI, na Antártida

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Ricardo Almeida na Antártida (1)O engenheiro de eletrónica e telecomunicações Ricardo Almeida esteve 61 semanas a trabalhar na base Halley VI, na Antártida, ao serviço da British Antarctic Survey, e vai contar as suas conclusões científicas e pessoais no sábado, dia 1 de abril, pelas 14h, no Auditório Municipal de Reguengos de Monsaraz. Ricardo Almeida reside na localidade de Campinho, no concelho de Reguengos de Monsaraz, e vai falar sobre a sua aventura profissional no âmbito do projeto “Jovens Reguenguenses pelo Mundo”, promovido pela Junta de Freguesia de Reguengos de Monsaraz em parceria com a Associação de Jovens de Reguengos de Monsaraz e a Câmara Municipal de Reguengos de Monsaraz.

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Ricardo Almeida na Antártida (16)Ricardo Almeida regressou há cerca de um mês da base Halley VI, na Antártida, local onde tinha como tarefas a gestão de radares usados em meteorologia espacial, nomeadamente um de média frequência e o SuperDARN – Super Dual Auroral Radar Network, supervisão de recetores GPS de alta precisão que analisam as placas de gelo para saberem a velocidade e a direção em que se estão a mover, lançamento da balões meteorológicos, entre outros projetos científicos em que esteve envolvido durante mais de um ano. Na base esteve acompanhado por 12 pessoas de várias nacionalidades e os seres humanos que se encontravam mais próximos estavam a 800 quilómetros de distância.

O reguenguense Ricardo Almeida criou um site (ricardodaantartida.wordpress.com) onde explica como decidiu abraçar este desafio profissional e onde descreve os dias passados na Antártida. Ricardo escreveu que enquanto estava no anterior trabalho, em Lisboa, recebeu uma newsletter e “algures por lá estava um artigo que informava que o British Antarctic Survey andava à procura de engenheiros para a próxima temporada… na Antártida. Como se isso não bastasse, a temporada em questão incluía o Inverno de 2016. No total eram 18 meses de contrato, 15 dos quais no outro lado do mundo…literalmente. Aquilo que me chamou a atenção foi a forma como a proposta foi exposta: “If you are a bit bored with your job…”. Tendo em conta que eu estava a morrer aos poucos em Lisboa, fiquei logo curioso. O resto foi seguir o link e pensar no assunto”.

Num dos últimos textos, Ricardo Almeida explica: “A última das minhas tarefas científicas por estes lados. Tirando arranjar a torradeira se for preciso, mudar lâmpadas ou aspirar teclados, do ponto de vista cientifico o meu trabalho resume-se a isto. A meteorologia é algo que ocupa algum tempo e recursos. Existe uma pessoa dedicada à tarefa durante 5 dias por semana mas infelizmente este trabalho exige 18h de dedicação diária, incluindo fins de semana, feriados, Natal, Ano Novo ou mesmo a Páscoa. Em que consiste exatamente? Bem, são várias tarefas aliás. As duas constantes, aquelas que são realizadas 365 dias por ano, 18h por dia são as observações meteorológicas (synops – que vem de “synoptic observation”) e o lançamento do balão com uma sonda atmosférica. Pelo meio ainda fazemos a calibração dos sistemas que, idealmente também deverá ser diária, e as medições de ozono, que só se fazem quando o Sol fica bem acima do horizonte”.

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