No passado sábado, 30 de maio, decorreu, junto à Igreja do Nosso Senhor dos Navegantes, nas Caxinas, um simulacro de salvamento marítimo, coordenado pelo capitão dos Portos da Póvoa de Varzim e Vila do Conde, Simas Silva.
Com esta iniciativa, integrada nas comemorações do Dia do Pescador e desenvolvida em articulação com a Associação Pró-Maior Segurança dos Homens do Mar, pretende-se treinar procedimentos de resposta a um cenário de acidente no mar, próximo de costa.
Neste simulacro de salvamento marítimo estiveram envolvidos meios da Capitania, do Instituto de Socorros a Náufragos, da Polícia Marítima, da Polícia de Segurança Pública, corporações de Bombeiro da Póvoa de Varzim e de Vila do Conde, uma ambulância do INEM, e os serviços Municipais de Proteção Civil da Póvoa de Varzim e de Vila do Conde. Participaram ainda a Marinha, com o NRP CUANZA, e a Força Aérea, com um helicóptero Alouette 3.
Seguiu-se uma cerimónia, na Capitania da Póvoa de Varzim, onde se procedeu à entrega da receita da Corrida do Dia da Marinha 2015 às famílias dos pescadores desaparecidos este ano e condecoração de um elemento do Instituto de Socorros a Náufragos.
O Presidente da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim assistiu ao simulacro e participou na cerimónia.
Aires Pereira começou por transmitir: “apetecia-me não respeitar aquilo que foi pedido: ser breve. Gostaria de os obrigar a estar aqui tanto tempo quanto aquele que estamos à espera para que seja resolvido o problema dos Portos de Pesca da Póvoa de Varzim e Vila do Conde. Apetecia-me estar aqui horas a ver se com a persistência de falar muitas vezes sobre a mesma coisa eramos capazes de sair todos daqui com uma consciência diferente relativamente à necessidade que há de resolver esta situação do Porto da Póvoa e de Vila do Conde”.
O autarca fez “uma referência muito especial a alguém que hoje já não está no ativo, ao Almirante Cunha Lopes que, enquanto foi responsável pela Autoridade Marítima, teve sempre um grande espírito de colaboração e de participação nas nossas diversas atividades e ajudou muito na implementação desta chamada cultura de segurança que todos pretendemos ver implementada. A operação montada serviu para sensibilizar as pessoas para as questões da segurança e do salvamento e daquilo que são os meios que o país dispõe para ocorrer a situações que esperamos que nunca aconteçam”.
O edil prosseguiu, advertindo: “mas era bom que isto não ficasse só por aquilo que é esta manifestação e aquilo que é a demonstração dos nossos medos. Era importante que continuássemos todos a falar de questões de segurança pessoal, desta mentalidade que é preciso ultrapassar, da importância que cada um de nós, quando vai para o mar ou está no desempenho da sua profissão ter esta consciência para evitarmos todos os danos.
Foi um ano dramático. Há famílias que ainda não conseguiram recuperar os corpos dos últimos naufrágios e têm a sua vida pendurada sem poder resolver diversas situações e que resultam de deixar de ter a pessoa que contribuía para a sustentabilidade da família”. O Presidente alertou para “a necessidade de haver legislação sobre a morte presumida para facilitar e, de alguma forma, atenuar aquilo que é o sofrimento das pessoas que todos os dias têm que falar da mesma coisa, continuar a prestar declarações sobre o mesmo assunto, ora perante um juiz, ora perante uma Comissão de Inquérito, enfim é um assunto que se arrasta e devíamos todos fazer um esforço e empenhar-nos para trazer este tema à discussão”.
Em relação ao Porto, Aires Pereira transmitiu que “é uma questão que me preocupa e preocupa a todos”, esclarecendo que “houve uma primeira intervenção, que decorreu desde o final do ano passado. Está prometida e foi aprovada uma resolução na Assembleia da República. No entanto, as dragas estão paradas e os trabalhos não estão a evoluir como deveriam”.
Aproveitando a presença de Miguel Sequeira, Diretor Geral dos Recursos Marítimos, o Presidente pediu-lhe que transmitisse ao Secretário de Estado e à Ministra do Mar, a importância que tem a resolução deste problema, sendo a pesca a principal atividade do Porto de Pesca da Póvoa de Varzim e Vila do Conde.
O autarca deixou ainda uma palavra ao gesto que a Marinha Portuguesa teve no Dia da Marinha, “um gesto de socorrer, de forma solidária, as famílias dos homens desaparecidos no mar, através da Corrida do Dia da Marinha. Não está em causa só a verba angariada, mas o reconhecimento da Marinha para com aqueles que lidam todos os dias, em circunstâncias muito difíceis, com o mar”.
Ao Mestre Festas, Presidente da Associação Pró Maior Segurança dos Homens do Mar, também manifestou o reconhecimento do Município por aquilo que tem sido o trabalho meritório da associação. Fonte: C.M. da Póvoa do Varzim
Autarca persiste na importância de serem retomados trabalhos no Porto da Póvoa
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