Assinados os últimos contratos do Galileo

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 Cerimónia de assinatura

Com o lançamento dos primeiros satélites Galileo previsto para o mês de Outubro, a Europa termina os preparativos da infra-estrutura de terra. Os dois contratos assinados na semana passada, durante o Salon International de l’Aéronautique et de l’Espace, compreendem o controlo da constelação e os serviços de navegação.

O sistema europeu de navegação por satélite começará a tomar forma no final deste ano, com o lançamento dos dois primeiros satélites de Validação em Órbita do Galileo, a bordo do primeiro voo do Soyuz, a partir da Guiana Francesa.
No entanto, o Galileo é muito mais do que uma constelação em órbita: o sistema de navegação precisa de uma complexa infra-estrutura de terra para monitorizar o estado dos satélites e para garantir a precisão dos serviços de navegação.
Dos seis pacotes de trabalho necessários para que o Galileo esteja a funcionar em pleno, quatro já estão em marcha e os dois que faltavam foram formalizados na cerimónia da semana passada, durante o Salon International de l’Aéronautique et de l’Espace, em Le Bourget, Paris.
A cerimónia de assinatura destes dois contractos foi presidida por Laurent Wauquiez, Ministro francês dos Assuntos Económicos e por Jean-Jacques Dordain, Director Geral da ESA.

 Primeiros dois satélites IOV do Galileo

O Pacote de Trabalho 2 foi assinado por Reynald Seznec, Director da Thales Alenia Space France, e por Didier Faivre, Director do Galileo e das Actividades de Navegação da ESA.
O Pacote de Trabalho 3 foi assinado por Colin Paynter, Director Executivo da EADS Astrium e por Faivre.
Antonio Tajani, Vice-presidente da Comissão Europeia responsável pela Indústria e Empreendedorismo, realçou a importância destes dois contratos para o programa Galileo.

O controlo em terra da constelação Galileo
O Pacote de Trabalho 3 consiste na finalização do Ground Control Segment – a rede de estações de seguimento que monitorizará e controlará os satélites – durante a primeira fase operativa. Esta primeira fase constará de 18 satélites e estará operacional a meados desta década.

 Antena do Galileo en Kiruna

O centro de controlo em terra já está operacional para os quatro primeiros satélites, sendo formado pelo Centro de Controlo do Galileo, em Oberpfaffenhofen, na Alemanha, e por duas estações de Telemetria, Seguimento e Comando, sedeadas em Kourou, na Guiana Francesa, e em Kiruna, na Suécia.
O centro de controlo supervisiona a actividade dos satélites, enviando comandos automáticos de manutenção e permitindo a intervenção dos controladores da missão em eventos críticos.
Para a primeira fase de operações irá preparar-se um segundo centro de controlo em Fucino, Itália, e duas estações de seguimento em Numea, Nova Caledónia, e em São Denis, na Ilha de Reunião.

O controlo da missão Galileo
O Pacote de Trabalho 2 consiste nas actividades para a finalização do Ground Mission Segment, responsável pelo cumprimento da precisão do sistema e pelos serviços de navegação durante a primeira fase de operações.
Os receptores dos usuários calculam a sua posição e hora local medindo a distância a quatro ou mais satélites. Para alcançar os altos níveis de precisão oferecidos pelo sistema, cada satélite transporta um relógio atómico de altíssima precisão e a posição de cada satélite é controlada com grande exactidão.
Apesar disso, os relógios dos satélites podem adiantar-se ou atrasar-se, o que obriga a manter uma rede de estações de monitorização que controle a precisão dos relógios, a qualidade do sinal de navegação e a posição dos satélites em cada momento.

 A constelação Galileo

A informação recolhida por esta rede é enviada ao centro de controlo, que calcula as correcções necessárias e envia os comandos correspondentes aos satélites através da rede de estações de transmissão, garantindo a qualidade do serviço oferecido ao utilizador final.
O Ground Mission Segment também será capaz de retransmitir os sinais de busca e salvamento (SAR) detectadas pelos satélites às autoridades competentes e de distribuir os dados dos Serviços Comerciais do Galileo.
O Ground Mission Segment para os quatro primeiros satélites do Galileo já está operacional, sendo formado por um centro de controlo em Fucino, por oito estações de monitorização e por cinco estações de transmissão distribuídas por todo o mundo, no entanto sempre em território europeu.
Para a primeira fase de operações, o centro de controlo de Fucino irá ligar-se ao de Oberpfaffenhofen, de forma a que ambos sejam redundantes e irão construir-se oito estações de transmissão adicionais.

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