As vidas ribeirinhas – Na construção da identidade nacional

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A ANMPN em articulação com o CNM – Centro Náutico Moitense, vão estar presentes na Nauticampo e organizar uma conferência sobre o papel das “Vidas Ribeirinhas na Construção da Identidade Nacional”.
A conferência terá lugar no dia 16 de Fevereiro 2008 e com o seguinte programa:17:00
Introdução ao Tema da Conferência. A Visão da ANMPN
Eng. Paulo Andrade – Associação Náutica Marina Parque das Nações
Breve introdução ao tema da conferência, dando especial ênfase a um conjunto de medidas que, na visão da ANMPN, poderiam contribuir para a dinamização de uma cultura náutica catalisadora do desenvolvimento do turismo e das zonas ribeirinhas, aproveitando a excepcionalidade das condições proporcionadas pelo grande estuário do Tejo.
A apresentação focará ainda o papel da marina do Parque das Nações como pólo de animação e de divulgação de actividades náuticas e de lazer, dignificando a interface com o rio.

17:20
O Projecto de Reabilitação da Marina do Parque das Nações
Eng. Vilar Filipe – ParqueExpo’98/Marina Parque das Nações
Depois de resolvidos os problemas que afectaram a concessão da marina após a Expo’98, a infra-estrutura vai ser de novo uma realidade no próximo ano.
O Projecto de Reabilitação da Marina do Parque das Nações – a Marina de Lisboa, está suportado num novo layout, possui mecanismos de controlo de assoreamento e está preparado para o potenciar o desenvolvimento de actividades náuticas e marítimo-turísticas no grande estuário do Tejo.

17:40
O Estuário do Tejo, Derrotas & Destinos.
Dr. José Gomes – Autor de Roteiros de Navegação Fluviais
O Grande Estuário do Tejo desde Muge, a montante, até aos limites imprecisos do cone de vazante entre Cascais e a Fonte da Telha, oferece um dos melhores planos de água abrigados do mundo.
Para além das provas desportivas internacionais e nacionais, o estuário do Tejo oferece também à navegação de cruzeiro uma grande variedade de destinos, quer de natureza cultural, gastronómica e paisagística na sua extensa área ribeirinha, quer ambiental, na sua Reserva Natural, onde é possível observar uma fauna e flora únicas de espécies raras.
Todas estas potencialidades reunidas, justificaram a necessidade de elaborar um roteiro para desmistificar as dificuldades de navegar até aos limites estuarinos e mostrar os seus recantos e encantos, para que se torne cada vez mais num destino, não só para os barcos aqui residentes, como também um destino internacional para a náutica de recreio estrangeira.

18:00
O Projecto de Candidatura da Cultura Avieira a Património Nacional.
Dr. João Serrano – AIDIA (Associação Independente Desenvolvimento Integrado de Alpiarça)
As migrações Avieiras dos séculos XIX e XX fazem parte de um fenómeno nacional inserido num outro mais vasto, europeu.
As migrações devem ser consideradas como um acontecimento social e cultural relevante, por representarem a acção do homem colocado perante condições adversas de sobrevivência.
A apresentação do projecto de candidatura da cultura Avieira a património nacional focará estes aspectos no contexto da importância da preservação da nossa memória colectiva e do contributo desta cultura para a construção da identidade nacional.

18:20
A Pesca da Enguia no Rio Tejo. Cenários para uma Gestão Sustentável.
Dra. Ana Marques – Proj. Candidatura Cultura Avieira a Património Nacional
A enguia-europeia é uma espécie de elevada importância para o sector piscatório profissional do Rio Tejo. Seguindo as tendências mundiais do stock, a população tejana apresenta indícios de acentuado declínio, potenciado pela captura ilegal de meixão e pela abundância de constrangimentos físicos ao longo do troço que impedem a conclusão do ciclo de vida da espécie.
A apresentação sugere o delineamento de um plano de gestão que garanta a continuidade da actividade piscatória, de modo a assegurar a preservação da espécie, assumindo a colaboração efectiva entre os vários níveis de intervenção na exploração do recurso.

18:40
A Marinha do Tejo
Prof. Carvalho Rodrigues – Centro Náutico Moitense
A comunidade de marítimos. Assim eram conhecidos. Habitam ao longo do Tejo desde sempre. Houve alturas em que aí marcaram pedras com a sua presença. Noutras definiram com a geografia um País. Moldaram uma Nação. É já dessa Nação o regimento de barqueiros de 1527. Mas é bem mais recente a sua união em torno da defesa da identidade Nacional e da expulsão dos invasores. A comunidade ribeirinha, de Maio a Novembro de 1810 enfrentou regimentos de fuzileiros que vinham com Massena. Destruiu frotas que o exército invasor entretanto construíra em muitos Portos do Tejo. No dia 12 de Outubro de 1810 aniquilou o invasor, o Gen. Saint-Croix que queria, pelo Tejo, ultrapassar as linhas de Torres. Em Novembro de 1810 Massena já se retirava. Em 1820 a profundidade da defesa marítima de Portugal, a defesa da estepe Portuguesa que é o Atlântico, ia de Vila Velha de Ródão a Cascais e Trafaria. Havia cerca de três mil e seiscentas embarcações. Em 1860 chamaram-nos a “Marinha do Tejo”. É essa a história de preservação e continuidade da nossa identidade que vamos contar.

19:00/19:30
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