As aves marinhas são o grupo de aves mais ameaçado de extinção em todo o mundo, e pouco se sabia das áreas mais importantes para a sua conservação em pleno oceano. A partir de agora já sabemos quais as principais áreas a proteger no mar: a BirdLife International disponibilizou online o primeiro Atlas mundial das Áreas Importantes para as Aves (IBA) marinhas, onde se identificam 3.000 áreas prioritárias para a conservação deste grupo de aves, das quais 18 em Portugal.
A BirdLife International lançou, no decorrer da 11ª Conferência das Partes da Convenção sobre a Diversidade Biológica (CDB COP11), em Hyderabad (Índia), o 1º inventário global de IBA marinhas. Este inventário representa uma valiosa contribuição para alcançar um dos objectivos da CDB em proteger 10% das áreas marinhas e costeiras até 2020.
O Atlas online engloba 3000 IBA marinhas identificadas para 350 espécies de aves em 150 países, e resulta de 6 anos de trabalho que envolveu 40 parceiros da BirdLife e outros especialistas em conservação de aves marinhas externos à rede BirdLife, em colaboração com departamentos governamentais de conservação e várias convenções internacionais, como a CDB, Diretiva Aves da União Europeia e Convenção de Nairobi. Algumas destas IBA foram já incluídas no processo de identificação de Áreas marinhas Ecologica ou Biologicamente Significativas (EBSA) dirigido pela CDB.
As aves marinhas são o grupo de aves mais ameaçado do mundo e têm diversos problemas de conservação, já que muitas espécies viajam milhares de quilómetros em águas internacionais e por várias Zonas Económicas Exclusivas (ZEE), indo a terra apenas durante a época de reprodução. Segundo Ben Lascelles, Coordenador Global das IBAs Marinhas da BirdLife, dadas as grandes distâncias que percorrem, os longos períodos que passam no mar e as múltiplas ameaças que enfrentam, a identificação de uma rede de locais prioritários para a conservação deste grupo de espécies é fundamental para garantir a sua sobrevivência.
Este Altas online fornece informações essenciais para diversos públicos: conservacionistas, decisores políticos, sector de planeamento energético (parques eólicos, exploração de gás e de petróleo), gestores das pescas e da poluição marinha e para a indústria dos seguros.
Segundo Iván Ramírez, Coordenador do Programa Marinho da SPEA e da BirdLife Europa, Portugal está representado neste Atlas com 18 áreas, 17 já foram identificadas no Inventário publicado pela SPEA em 2008, e agora, aproveitando o lançamento desta publicação online, o inventário foi atualizado com mais uma IBA Marinha nos Açores que constitui uma zona de repouso e migração da ameaçada
Áreas prioritárias para aves marinhas identificadas pela 1ª vez a nível mundial
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