Os areais de Cascais correm o risco de diminuir 23% até 2050 e 80% até ao final do século. Esta é uma das conclusões do estudo Plano Estratégico de Cascais face às Alterações Climáticas (PECAC) elaborado pelo CCIAM – Climate Change Impacts, Adaptation and Mitigation e promovido pela Agenda Cascais 21 em colaboração com o Departamento de Ambiente da Câmara Municipal de Cascais (CMC), cujos resultados vão ser apresentados no próximo dia 14 de Abril, no Auditório da Casa das Histórias Paula Rego.Elaborado com o objectivo de identificar os principais impactos das alterações climáticas em Cascais nos próximos cem anos ao nível dos recursos hídricos, zonas costeiras, biodiversidade, pescas, agricultura, saúde humana, turismo e energia, o PECAC será decisivo para a definição de estratégias de acção face aos fenómenos climatéricos.
Para Carlos Carreiras, vice-presidente da CMC e vereador do pelouro do Ambiente, este é, sem dúvida, um estudo de interesse transversal a todos os operadores locais nas áreas de turismo, saúde, ambiente, economia, planeamento territorial e, em alguns casos, investigadores. E acrescenta: Trata-se de um instrumento de extrema utilidade para a estratégia do município no âmbito da sustentabilidade, obrigando-nos a reflectir, planear e projectar o que devemos e podemos fazer para precaver o futuro do concelho, face às alterações climáticas previsíveis ao longo dos próximos cem anos. Este importante estudo permite também que possamos assumir as nossas responsabilidades individuais e colectivos e estabelecer um compromisso geracional e territorial, salvaguardando a coesão social, o desenvolvimento económico e a preservação dos recursos naturais.
Para a elaboração dos cenários futuros, foram utilizados modelos de circulação geral da atmosfera usados pelo Centro Hadley, do Reino Unido, com base nos mais recentes cenários de emissões de gases com efeito de estufa propostos pelo Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC) das Nações Unidas.
Entre outras conclusões igualmente apontadas pelo estudo, estão o aumento da mortalidade associada a vagas de calor, o incremento do número de incêndios e a consequente redução da floresta nativa, alterações na sazonalidade dos produtos turísticos, redução de algumas espécies de peixes (pescada, linguado) e possível extinção local de algumas plantas e animais.
O evento contará com a presença de vários especialistas, entre os quais o Prof. Dr. Viriato Soromenho Marques, Conselheiro da Comissão Europeia em matéria de clima e energia; e o Prof. Dr. Filipe Duarte dos Santos, investigador em climatologia da Universidade de Lisboa, juntamente com a sua equipa.
AMBIENTE: Areais de Cascais podem diminuir 80% até ao final do século
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