Altair Zafir 42: Um barco de cruzeiro confortável

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[size=xx-small]Com um V profundo à proa o Zafir 42 deflecte bem a água mesmo quando navega contra a vaga. [/size]

Texto Copyright © Lobo do Mar.
Fotos: Estaleiro

Aspecto da área de acesso ao interior da embarcação e a escada que nos leva ao flybridge.

O Zafir 42 segue a tendência da grande maioria dos construtores europeus que evoluíram dos barcos típicos para a pesca desportiva para embarcações de cruzeiro.

Com um sólido casco o Zafir 42 – o navio almirante do construtor espanhol Altair – é um barco de cruzeiro com flybridge confortável pensado para realizar grandes passeios.
Como características mais relevantes temos um amplo flybridge que se prolonga até meio poço, interiores cuidados e com a possibilidade do proprietário intervir na decoração e lay-out, um poço amplo e uma plataforma de banhos integrada no casco e de grandes dimensões.
O aspecto visual do Zafir 42 é tradicional e nota-se a influência dos barcos pesca desportiva. Em Espanha e em mais alguns países latinos assistimos a este fenómeno de evolução onde as melhorias ao nível do conforto são notórias, a qualidade da decoração e dos materiais empregues aumentou significativamente.


O posto de pilotagem é ergonómico e nele temos uma visão geral de todos os ângulos da embarcação

Ao nível do lay-out interior o construtor propõe duas opções: duas cabines e uma casa de banho ou três cabines e duas casas de banho. A versão que experimentámos possuía três cabines e duas casas de banho, o que não me pareceu uma grande solução pois, a terceira cabine situada por debaixo do poço possui uma casa de banho bastante pequena e de difícil utilização. Por outro lado as janelas laterais existentes no costado e que pertencem a esta cabine são um pouco desaproveitadas e no caso de duas cabines completamente desperdiçadas.


A zona da proa é ampla e o guincho eléctrico ajuda a manobra de levantar ferro.

Exterior
Como já tinha referido o espaço exterior do Zafir 42 é um dos pontos fortes da embarcação. O poço é amplo e desimpedido com a possibilidade de instalarmos diversos equipamentos que nos permitem tomar uma refeição. Como complemento temos um pequeno bar com frigorífico e fogão. O acesso ao flybridge faz-se através do exterior e de um escada vertical situada a bombordo sendo que os degraus são altos e curtos o que obriga a uma certa atenção quando descemos.
O flybridge possui o segundo posto de pilotagem (muito completo e ao centro) logo à frente deixando o resto do espaço para zonas de estar composta por bancos e mesa ajustável e solário.
O acesso à zona da proa realizasse por ambos os lados da embarcação e através de passagens largas e seguras. À proa temos mais uma zona de estar e toda a área de trabalho da manobra de fundear. Esta zona está envolta por um varandim em inox que cumpre bem a sua função de segurança. Ainda no varandim existe a possibilidade de colocar os suportes para as defensas (3 de cada lado).


Interior
Os interiores mantêm o mesmo nível de qualidade na decoração e nos materiais empregues já encontrado no exterior e no casco. Existem duas opções de lay-out de duas ou três cabines e com uma ou duas casas de banho respectivamente alterando também o local destinado à cozinha. A versão que experimentámos tinha três cabines mas, penso que ambas as versões não são muito felizes. Na versão de três cabines, a terceira que fica situada por debaixo do poço possui uma casa de banho muito acanhada e, por outro lado, a versão de duas cabines desperdiça as amplas janelas laterais (normalmente instaladas na cabine do proprietário) com uma área para arrumos.

A navegar
O barco que experimentámos estava atracado em França numa pequena marina que faz fronteira com Espanha. É interessante verificar as fortes ligações existentes entre as pessoas do País Basco que se diferenciam apenas pelo o acentuar das palavras com mais “rr” na parte francesa.


O Golfo da Biscaia esperava-nos e rapidamente desatracámos o barco (manobra simples graças à conjugação dos dois motores com o motor de proa) e a 3 nós rumámos à saída do porto. O mar estava calmo com uma vaga larga e sem vento.
O Zafir 42 que experimentámos tinha um ano de utilização, estava com os depósitos de combustível cheios (2000 litros) e, a bordo, estávamos 5 adultos. Na fase de aquecimento dos motores (2 x MAN de 450 Cv cada) e quando navegávamos a velocidades mais reduzidas tivemos a oportunidade de sentir a boa estabilidade transversal e longitudinal.


Iniciámos a nossa prova contra a vaga e o conjunto planou em apenas 10 segundos sendo que o mínimo a planar foi às 1800 rpm e a fazer 14 nós. Aumentámos as rotações e conjunto foi evoluindo sem esforço até que chegámos às 2600 rpm a fazer os 28,8 nós. Para os responsáveis do estaleiro que nos acompanharam nas provas disseram que seria possível atingir os 31 nós caso o casco estivesse completamente limpo. Realizadas as provas de velocidade navegámos pelo gozo puro de navegar e o comportamento do Zafir 42 foi irrepreensível. Com a vaga pela frente praticamente não bate, a curvar a 23 nós adorna pouco, com a vaga pela popa mantém o rumo de navegação, com a vaga lateral não se sente a adornar. Um grande conforto!

A navegação foi realizada no posto principal da embarcação que mostrou estar ao nível do que é exigido a uma embarcação com estas características. O posto de pilotagem é ergonómico, temos um controlo visual de todos os ângulos do barco, a condução sentado ou de pé é confortável. O painel de instrumentação possui uma boa visibilidade e tem espaço para alojar mais equipamento de ajuda à navegação. Notámos também um bom isolamento sonoro do compartimento dos motores.


Ficha técnica
Modelo Zafir 42
Origem Espanha
Construtor Altair
Comprimento 13,50 m
Boca 4 m
Calado 0,87 m
Deslocamento 11,5 Ton.
Nº de cabines 3
Potência máx. 2 x 500 Cv
Motorização 2 x MAN 450 Cv
Capacidade de combustível 1500 L + 500 L
Capacidade de água 500 L
Preço s/IVA e na fábrica 319 000 €
Comercialização Sueste (Tel. 917301395)

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