A nave Mars Express da ESA enviou imagens de um par de vulcões, localizados no hemisfério norte do Planeta Vermelho. Muito depois de ter cessado a actividade vulcânica, a área foi transformada pelo impacto de meteoritos, que depositaram material nos flancos dos vulcões.
Quando a nave passou novamente por cima para captar os últimos dados, as nuvens já se tinham dissipado, daí que haja uma linha fininha entre eles, na imagem final.
A palavra latina tholusrefere-se à estrutura cónica dos vulcões. A base do Ceraunius Tholus tem 130 km de comprimento, o seu pico ergue-se até aos 5,5 km. No seu cume está a grande caldeira de 25 km de largura. Com uma morfologia semelhante à do seu vizinho, e localizado 60 km mais a norte, o Uranius Tholus é um vulcão mais pequeno, com uma base com um diâmetro de 62 km e uma altura de 4,5 km.
Os flancos do Ceraunius Tholus são relativamente íngremes, com uma inclinação de 8°, e está rodeada de vales. Têm cortes profundos em vários locais, sugerindo que tenha havido deposição de macio e de fácil erosão, como camadas de cinza, depositadas durante as erupções vulcânicas.
O maior e mais profundo destes vales tem cerca de 3,5 Km de comprimento e 300 m de profundidade e termina numa grande cratera de impacto, de forma alargada, situada entre os dois vulcões, na qual se nota a deposição de sedimentos em forma de leque.
Apesar de ainda haver algum debate científico relacionado com a origem do leque, pensa-se que pode ter sido formado quando o material de uma câmara de lava ou tubo foi empurrada para baixo pelo degelo do cume do vulcão.
Ambiente em torno de Ceraunius Tholus y Uranius Tholus |
O cume desta cratera a caldeira é plana e suave, ou seja, é possível que tenha tido um lago nos primórdios da história de Marte, quando a atmosfera era mais densa. Também é possível que a água tenha sido produzida quando a actividade vulcânica derreteu estruturas conhecidas como lentes de gelo. A lente de gelo forma-se quando a humidade se entranha abaixo da superfície e forma uma camada gelada entre o solo e a camada rochosa por baixo.
A cratera alongada entre os dois vulcões tem o nome de Rahe. Mede 35 km por 18 km e é o resultado do impacto oblíquo de um meteorito.
Uma cratera de impacto mais pequena, com 13 km, pode ser vista a oeste de Uranius Tholus. Esta também se formou depois de terminada toda a actividade vulcânica e o material projectado cobriu as laterais inferiores da cratera, o que implica que apenas as estruturas superiores originais sejam agora visíveis.