Regata Volvo Ocean: Mais jovem e com repórteres em directo

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Texto: Lobo do Mar. Fotos Copyright © Volvo Ocean Race.

A próxima edição da regata Volvo Ocean vai ser uma aventura em onze etapas, oito corridas ao longo da costa e pequenas paragens em territórios da Ásia, Índia e Médio Oriente. E vai trazer novidades nas regras para membros da tripulação, bem como a entrada a bordo de um especialista dos media. A regata vai começar em Alicante, Espanha, no Outono de 2008.


Glenn Bourke

Glenn Bourke, o presidente executivo da regata, explicou que na última edição a programação televisiva já teve momentos empolgantes. Porém, “de forma a atingir um novo nível de visualização, foi preciso incluir um jornalista a bordo”, afirmou em entrevista. A dificuldade de filmar, colocar questões aos intervenientes ou fotografar durante o evento, o momento em que o acompanhamento mediático se torna realmente interessante, motivou esta decisão da organização. “Desta forma, o repórter dá espaço aos velejadores para se dedicarem ao que sabem fazer melhor”, continua.
A cobertura será ainda mais incisiva do que antes, mesmo com os skippers a enviar e-mails diários ou a falar para as câmaras. “Na última edição, o material a bordo foi excepcional: dramático e bem-humorado ao mesmo tempo, e muitas vezes em plena “batalha”. Mas desta vez queremos ir mais além, tirando partido da tecnologia para expandir as atracções da regata”.
Para evitar que o elemento da equipa de media não participe na tripulação do barco, a organização vai obrigá-lo a preencher uma declaração no final de cada etapa. Se o prometido não se cumprir, terá de responder em tribunal, avança Bourke.
A reacção dos participantes, como seria de esperar, foi diversa, mas como 70% das pessoas inquiridas concordaram, a novidade chegará a bom porto. “Os velejadores, em particular, ficaram satisfeitos por se concentrarem apenas na navegação. Na verdade, isto dá mais espaço de manobra às tripulações, que antes tinham de fazer todo o trabalho de cobertura mediática no tempo que tinham de sobra”, esclarece.
Na produção televisiva, esta novidade também terá aspectos positivos. Grande parte do material que era recolhido era inconsequente e, agora, pode ser editado no próprio barco.

Equipas femininas e mais jovens
As regras também mudaram para a tripulação, que agora terá de integrar três elementos com menos de 30 anos. “Tivemos uma experiência fantástica com a equipa da ABN AMRO TWO na última prova. Não só provaram ser grandes velejadores ao romper com o recorde de 25 horas de monocasco, mas também adicionaram uma exuberância juvenil ao evento. Nas chegadas, partidas e nas noites de entrega de prémios, eles mantiveram-nos frescos e divertidos, tendo sido uma mais-valia. Além disso, é o pouco que podemos fazer para trazer uma nova geração de participantes a estas regatas”, esclareceu Glenn Bourke.
O alargamento da tripulação aos 13 elementos (e mais um de media) também poderá trazer equipas femininas ao evento. “Os três pares extra de mãos vão ajudar a executar uma série de manobras e alterações na direcção, bem como uma melhor execução de manobras devido ao aumento de peso no barco. Apesar de isso nunca ter acontecido, o aparecimento de uma equipa feminina seria uma mais-valia interessante para a edição de 2008/2009”, concordou o responsável.

Para Bourke, este evento será um desafio maior do que o de 2005/6. “Teremos sempre regatas dentro dos portos e portões para marcar pontos, mas introduzimos pequenas paragens nos portos. Além disso, as frotas vão encontrar uma variedade de condições de vento com a nova rota. Ter mais paragens vai obrigar as equipas a ter um programa mais rápido. As equipas na costa terão de racionar a lista de tarefas e focar-se em trabalhos mais importantes para ter o barco pronto para as regatas no interior dos portos e para as novas largadas.”

Questionado sobre novos portos de destino e novas adesões, Bourke salientou que estão a trabalhar afincadamente na entrada de portos dessas regiões. “Os novos mercados da Ásia, da Índia e do Médio Oriente têm grande potencial. Mas ainda não determinámos quantos barcos virão desses portos, embora esteja optimista de que entrarão alguns. Tivemos um anúncio da Ericsson e da Mean Machine de Peter de Ridder e estamos à espera de novidades de Espanha em breve. Há ainda muito trabalho por trás da cena e os sinais são positivos, mesmo depois de termos cortado um ano ao ciclo da corrida”, concluiu.

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