Para Ward (2010), a indústria de cruzeiros é dominada por algumas companhias de cruzeiros como a Carnival Cruise Lines, a Celebrity Cruises, a Costa Cruises, a Cunard Line, a Holland America Line, a MSC Cruises, a NCL (Norwegian Cruise Line), a P&O Cruises, a Princess Cruises, a Royal Caribbean International e a Star Cruises. O autor salienta que a centralização do poder é ainda mais concentrada tendo em conta que das onze companhias referidas anteriormente, oito são controladas por três grandes grupos.
Ward (2010) refere que a Carnival Corporation, com escritório sede em Miami Florida, é detentora de grandes marcas como a Carnival Cruise Lines, a Costa Cruises, a Cunard Line, a Holland America Line e a Princess Cruises. A Carnival Corporation é detentora ainda de outras marcas como por exemplo a AIDA Cruises, a P&O Cruises e 75% da Iberocruceros, sediada em Espanha.
Quanto à Royal Caribbean Cruise, com escritório sede em Miami Flórida, possui marcas como a Azamara Cruises, a Celebrity Cruises, a Pullmantur Cruises e a Royal Caribbean International (Ward, 2010).
O Star Cruises Group, com escritório sede em Kuala Lampur Malásia, representa a Star Cruises e 50% da NCL (Ward, 2010).
De referir ainda a existência das chamadas companhias de cruzeiros de luxo que segundo Ward (2010), deveriam representar uma combinação perfeita de navio, instalações, gastronomia e serviço.
Segundo Amaral (2006), o conceito de Resort flutuante patente nos anos de 1980 e 1990, foi ultrapassado com o surgimento do navio Voyager of the Seas, inaugurado em 1999, que devido à sua grande dimensão não conseguia navegar por determinados locais, como por exemplo pelo canal do Panamá. Este navio possuía uma grande oferta de entretenimento a bordo: pista de patinagem no gelo, parede para escalada, cabines com vista para o promenade interno, restaurantes e bares temáticos, teatro com capacidade para 1800 pessoas e três piscinas.
Para Amaral (2006), o conceito de passageiro onde o mais importante é a venda do momento e não a fidelização dos clientes evoluiu para o conceito de hóspede, onde o cliente é um convidado que se sente bastante confortável, incentivando, assim, novas visitas.
Para Ward (2010), os novos navios são, na maioria dos casos, de maior dimensão do que os navios mais antigos. No entanto, a dimensão das cabines continua a seguir os padrões standard, deixando mais espaço livre para as zonas de lazer e outras áreas públicas. Os navios atuais utilizam o sistema de ar-condicionado para controlar o calor e a humidade a bordo; usam estabilizadores que mantêm o navio nivelado; possuem um elevado nível de manutenção, segurança e higiene; e dão maior enfoque a áreas como a saúde e o fitness.
Ward (2010) considera que o tamanho de um navio é importante pois há coisas que um navio mais pequeno consegue fazer ao contrário de um maior, como por exemplo permitir aos passageiros embarcar e desembarcar mais perto do centro das cidades. O autor refere que a área onde os navios de luxo menos se diferenciam dos navios de maior dimensão é na oferta de excursões em terra.
Ward (2010) faz uma segmentação dos navios por capacidade de passageiros:
– grandes navios resort mais de 1600 passageiros;
– navios de tamanho médio entre 600 e 1600 passageiros;
– navios pequenos entre 200 a 600 passageiros;
– navios boutique entre 50 a 200 passageiros.
A G. P. Wild International Limited é uma das consultoras internacionais com maior prestígio em estudos da área marítimo-portuário, fazendo a classificação dos navios de cruzeiro em 5 categorias: 6* super luxuoso, 5* luxuoso, 4* luxo, 3* standard, 2* económico.
Ward (2010) refere que desde 1980 tem avaliado e classificado navios de cruzeiro, sendo essa avaliação realizada com total objetividade, passando por áreas como o navio, as instalações, a gastronomia a bordo e o serviço. A avaliação é feita através da atribuição de estrelas que variam entre uma (mínimo) e cinco (máximo), recorrendo por vezes ao sinal + no caso dos navios que merecem um pouco mais do que a estrela em questão. A cada estrela corresponde um número total de pontos, sendo que o autor destaca que mais importante do que as estrelas, são mesmo os pontos obtidos.
Nas edições do guia de 2010 e 2012 o navio que recebeu mais pontos foi o navio Europa da Hapag Lloyd Cruises.
O maior navio de cruzeiros do mundo chegou ao mercado em Dezembro de 2010, sendo o segundo navio da classe Oasis da Royal Caribbean International, o Allure of the Seas é considerado um navio similar ao irmão Oasis of the Seas, mas apresenta algumas diferenças como o facto de ter mais 5 cm de comprimento e algumas variações na oferta existente a bordo (in www.cruisecritc.com).
O Oasis of the Seas da Royal Caribbean International chegou ao mercado em 2009, com 220.000 toneladas, 360 metros de comprimento, com uma altura de 16 decks, e com a capacidade de transportar até 6400 passageiros. Este navio é inovador e entusiasmante. Ward (2010) chega a comparar a experiência de estar a bordo de um navio com estas características, como estar no interior de um grande Shopping.
Relativamente às infra-estruturas de apoio à indústria dos cruzeiros, Amaral (2006) refere que existem dois tipos de portos: portos de trânsito e portos principais.
Segundo este mesmo autor portos de trânsito são os portos onde os navios de cruzeiro realizam as suas escalas, não decorrendo embarque ou desembarque de passageiros. No caso destes portos a oferta turística local deverá permitir a realização, por exemplo, de excursões. Por sua vez, os portos principais, são os portos turnaround, onde se realizam os embarques e/ou desembarques dos passageiros. Geralmente estes portos oferecem boas ligações a aeroportos internacionais, apresentam uma localização estratégica junto dos principais mercados de cruzeiros e permitem o desenvolvimento de roteiros atrativos.
Segundo Vladimir e Dickinson (2008), a indústria de cruzeiros é um forte motor de crescimento económico para vários países, como as Caraíbas, pelo que investir em cais, terminais, estradas, deverá ser rapidamente recompensado através do aumento das receitas junto das companhias de cruzeiros e dos seus passageiros. A indústria dos cruzeiros investe centenas de milhões de euros em marketing e publicidade de forma a aumentar a procura, que por sua vez gera milhares de turistas.
Para Vladimir e Dickinson (2008), e apesar de alguns turistas de cruzeiros optarem por não sair do navio durante as escalas, a grande maioria prefere explorar os destinos. Os autores referem ainda que as companhias de cruzeiros estão sensíveis à importância de bons itinerários.
Margarida Rocha / Porto Cruzeiros http://portocruzeiros.blogspot.pt/