Transferência do submarino “Delfim” para Viana do Castelo

A Câmara Municipal de Viana do Castelo aprovou por unanimidade a proposta do protocolo a celebrar entre a Autarquia e a Marinha Portuguesa, documento que estabelece os termos de colaboração entre as duas entidades com vista a transferir para esta cidade, e para fins museológicos, o submarino “Delfim”, tendo em vista a preservação do património naval do País.Segundo o acordo a estabelecer, a Marinha compromete-se a ceder o submarino isento de custos de alienação, disponibilizar toda a informação relacionada com o navio com vista à sua utilização museológica, a informar atempadamente a data concreta da cedência do navio e a facultar o apoio operacional julgado necessário para movimentar o submarino até Viana do Castelo.
Por sua vez, a Câmara Municipal compromete-se a ressarcir a Marinha dos encargos de 50 mil euros, correspondentes à preparação técnica e ambiental do navio para utilização museológica, trabalhos a realizar no Arsenal do Alfeite. São ainda encargos da Câmara a contratação de um rebocador para trazer o navio até Viana do Castelo.
O submarino Delfim foi construído na França, em Nantes, no Estaleiro “Ateliers Dudigeons-Normandie”, juntamente com o Albacora, Barracuda e Cachalote, sendo o último destes a ser lançado à água, em 23 de Setembro de 1968.
Desde então, o navio participou em cerca de 100 exercícios nacionais e internacionais, especializando-se no patrulhamento dos mares e no treino de navios para luta anti-submarina. Para além destas actividades, o Delfim participou em 30 exercícios navais conjuntamente com forças da NATO, em águas do Atlântico e do Mediterrâneo, e esteve presente em operações reais durante os conflitos nos Balcãs.
Ao longo de 35 anos de actividade efectiva, o Delfim efectuou 35.000 horas de navegação, entre as quais 24.000 em imersão, num total de 150 missões sob a direcção de 18 comandantes diferentes.
Ultimamente, operava junto à costa, em águas pouco profundas, usando a sua capacidade para mascarar a sua posição com navios afundados e lançando pequenos grupos de forças especiais.
Despediu-se do activo, realizando a sua última patrulha, em 7 de Dezembro de 2005.
Está prevista a sua chegada a Viana do Castelo em 2008, para se juntar ao histórico navio-hospital Gil Eannes, reforçando a atractividade da cidade para os amantes da história marítima e da construção naval de Viana do Castelo e do País.