«Pelo menos pude conhecer a Madeira»
Samantha Davies abrilhantou a 1.ª Prova do Campeonato da Madeira de Vela Ligeira, organizada pelo Clube Naval do Funchal no fim de semana passado. O azar da inglesa, que partiu o mastro da sua embarcação quando passava a cerca de 130 milhas a noroeste da Madeira, durante a Vendée Globe Race, acabou por ser um atrativo para os jovens velejadores regionais e até para os adeptos da vela, já que é raro ver-se na Marina do Funchal uma daquelas embarcações de 18 metros.
A inglesa esteve presente na cerimónia de entrega de prémios da competição e falou sobre esta sua visita à Madeira. «Foi inesperada e, sinceramente, não a queria ter feito, preferia estar ainda na Vendée Globe Race.
Apesar de fazermos tudo para evitar situações destas, a verdade é que elas acontecem. A minha embarcação é high tech, está muito bem preparada, mas infelizmente perdeu o mastro. Julgo que não foi devido a algo que tenha feito, mas sim um problema técnico qualquer cuja origem estamos ainda a tentar descobrir. De qualquer maneira, se tivesse de escolher um local qualquer para uma situação destas acontecer, escolheria precisamente a Madeira. Nunca cá tinha estado, muito embora tenha passado pela ilha algumas vezes e até a tivesse visto, mas nunca tinha posto cá os pés e sempre tive curiosidade de cá vir», admitiu Samantha Davies, agradecendo a receção que o Clube Naval e a Marina do Funchal lhe proporcionaram. «Fui muito bem recebida, especialmente por parte do Clube Naval do Funchal. Tornaram a minha vida e dos elementos da minha equipa muito mais fácil, porque estamos com alguma pressa de ter o barco pronto para seguirmos para norte, porque o Inverno está aí e não é fácil velejar sem um mastro. O Hugo [Rosa] tem andado connosco para baixo e para cima, a tentar arranjar o material conheci a esposa dele e agradeci-lhe por tudo porque ele provavelmente deveria estar nestes dias em casa com a família. De qualquer maneira, apesar de ser uma situação triste para mim, estes dias na Madeira têm sido bons.»
Velejar já!
Apesar do azar deste ano, Davies só pensa em voltar a competir na Vendée Globe Race. «Há 4 anos fiz esta corrida e acabei em 4.º lugar, provei a mim mesma que era capaz de fazer uma boa prova. Este ano estava esperançada em fazer melhor mas
Quero voltar a participar daqui a 4 anos, mas para já quero é voltar para dentro de um barco e velejar. Um pouco como os miúdos nesta competição [1.ª Prova do Campeonato da Madeira de Vela Ligeira]; quando chegar a França quero enfiar-me num barco e treinar.»
Curiosidade em torno do barco
Quanto à reação dos jovens pela sua presença, Samantha Davies não escondeu ter sentido olhares curiosos. «Notei que eles ficaram muito admirados, não tanto por minha causa ou pelo facto de ser uma mulher a fazer uma corrida destas, mas principalmente pelo barco, porque não é todos os dias que o Funchal tem oportunidade de ver uma destas embarcações, ainda por cima sem mastro! Devem estar a perguntar-se como é que o mastro partiu! Até queria mostrar-lhes o barco, mas eles estavam muito mais divertidos nas regatas. Acredito que este dia tenha sido diferente para eles por causa da minha presença.»
Samantha Davies e o infortúnio na Vendée Globe Race
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