As barras dos portos da Póvoa de Varzim e de Vila do Conde estão assoreadas e, se nada for feito, correm o risco de encerrar definitivamente.
O alerta foi deixado no passado dia 9 de Novembro, após uma reunião, nos Paços do Concelho da Póvoa de Varzim, onde estiveram presentes os Presidentes das Câmaras Municipais da Póvoa de Varzim, José Macedo Vieira, e de Vila do Conde, Mário Almeida, assim como José Festas, o Presidente da Associação Pró-Maior Segurança dos Homens do Mar.
No final do encontro, os autarcas anunciaram que vão enviar, ainda esta semana, um ofício ao Governo a alertar para a necessidade de “corrigir” esta situação.
Os portos da Póvoa de Varzim e de Vila do Conde estão bastante assoreados e têm problemas que dificultam a actividade normal dos pescadores. Estão em causa, primeiro, a segurança, uma vez que não há cota para entrada com segurança dos pescadores nos portos; segundo, o processo de assoreamento. Em tempos, havia processo mais sustentado em que o custo de dragagem era compensado com exploração de areia. Este já não existe devido às grandes dificuldades de financiamento por parte do Instituto Portuário para desenvolvimento desta necessidade, explicou José Macedo Vieira.
Há procura de uma solução para esta situação insustentável, o autarca poveiro referiu que no dia 26 Setembro de 2011 esteve reunido, em Lisboa, com o Secretário de Estado do Mar, Manuel Pinto de Abreu, a denunciar o caso e manifestar a sua preocupação. Na altura, foi dito que não era possível porque não havia verbas para fazer a intervenção e executar a obra, sendo que, segundo as estimativas, seria necessário um milhão de euros para desassoreamento, informou.
José Macedo Vieira considera que “o Governo não pode deixar de apoiar actividades primárias como a pesca e a agricultura” e, por isso mesmo, as autarquias irão manifestar o seu interesse nos recursos naturais e a preocupação com a segurança dos pescadores, acrescentou.
Parece que se está à espera que morra alguém para resolver a situação”, preveniu Mário Almeida.
José Festas que também já alertou, por várias vezes, para o facto de as barras estarem “assoreadas e muito perigosas”, exigindo a intervenção “rápida” do Instituto Portuário e Transportes Marítimos (IPTM), lamentou que, até agora, “nada tenha sido feito”. Aliás, a situação é de tal modo grave que no passado mês de Outubro as barras locais estiveram fechadas a maior parte do tempo, impedindo a entrada e saída de embarcações. “Os pescadores ficaram cerca de 20 dias sem poderem operar”, sublinhou José Festas, acrescentando que “só por milagre, ainda ninguém morreu ao tentar entrar nos portos locais”.
O Presidente da Associação Pró-Maior Segurança dos Homens do Mar comunicou que tem uma reunião agendada para o próximo dia 21 de Novembro com a Ministra da Agricultura, Ambiente, Mar e Ordenamento do Território, Assunção Cristas, com o objectivo de a “sensibilizar” para esta questão.
Para já, os pescadores pretendem, apenas, “chamar a atenção” da tutela, porque não querem tomar medidas mais radicais”, mas se não forem ouvidos, poderão “optar por outras formas de luta”, concluiu o armador.