Em dois anos de implementação, o AquaSig Cascais, projecto tecnológico criado pela Cascais Atlântico com o objectivo de contribuir para a gestão sustentável da orla costeira deste concelho, permitiu identificar, nesta área, 73 grupos de pequenos invertebrados, 36 espécies de peixes, 8 espécies de crustáceos e 5 espécies de cefalópodes, entre as quais, a Serpente-do-Mar, a Língua-de-Gato e a Cabra-Cabaço. Estas foram algumas das mais de 100 espécies reconhecidas na Zona Costeira de Cascais através da monitorização geofísica e biológica realizada pelo AquaSig. A recolha destes dados é decisiva para determinar alterações do ambiente subaquático geradas pela acção humana, clima, poluição e outros factores, informações que são actualizadas directamente no Web Sig da Câmara Municipal de Cascais (CMC), em www.sig.cm-cascais.pt e no Portal do Mar de Cascais, em www.portaldomar.cascaisatlantico.org, especialmente útil aos praticantes de desportos náuticos e pescadores.
Para Carlos Carreiras, presidente da Cascais Atlântico e vice-presidente da CMC, os resultados obtidos, até agora, através do AquaSig Cascais são de um grande valor científico, permitindo conhecer a riqueza da nossa biodiversidade marinha, e representam um inestimável contributo para o planeamento e gestão eficaz do litoral de Cascais a nível ambiental, cultural e económico.
A partir desta observação, foi possível comprovar que a Zona Costeira de Cascais é um habitat importante para abrigo e reprodução de muitas espécies de peixe e outros organismos marinhos, como o polvo e o linguado, importantes para o sector piscatório do concelho e do país.
Da área analisada, o sector entre Oitavos e o Estoril foi o que revelou maior abundância de espécies, enquanto que entre o Estoril e a praia de Carcavelos se verificou uma menor quantidade, em todas as estações do ano.
No âmbito do Aquasig, teve início, em 2009, o Programa de Monitorização Física e Biológica da zona Costeira de Cascais, com o co-financiamento do QREN e em parceria com o Instituto de Oceanografia da Faculdade de Ciências de Lisboa (monitorização biológica) e Instituto Hidrográfico (monitorização geofísica).
Em 2010, o Aquasig Cascais continuará a actualizar o Portal do Mar de Cascais e o Web Sig Cascais com os dados recolhidos através da monitorização do litoral. No futuro, a partir da informação recolhida, pretende-se elaborar um plano de emergência para situações de derrames de hidrocarbonetos nas águas costeiras do concelho.
A Câmara Municipal de Cascais, através da Cascais Atlântico, é a única autarquia a investir directamente na monitorização da sua zona costeira, recolhendo informação biológica e geofísica determinantes para uma correcta avaliação dos riscos inerentes ao uso do mar.
Ciência: Aquasig revela mais de 100 espécies no mar de Cascais
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