Missão Vénus Express

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 Crédito fotos: ESA

No Centro de Operações Espaciais da ESA os controladores da missão Venus Express estão a preparar-se intensivamente para a chegada da nave espacial, no dia 11 de Abril, ao destino homónimo.
A manobra crítica envolverá uma hábil combinação de física básica, engenharia de veículos espaciais especializada e uma grande precisão temporal.
A Inserção na Órbita de Vénus (VOI) que terá lugar no próximo mês assinalará a chegada da primeira missão da ESA a Vénus, um dos mais enigmáticos planetas do Sistema Solar.  A inserção na órbita inclui uma série de comandos por controlo remoto, combustões do motor e manobras concebidas para reduzir a velocidade da nave, de 29 000 Km por hora relativamente a Vénus, imediatamente antes da primeira combustão, para uma velocidade de entrada cerca de 15 por cento mais baixa, permitindo a sua captura na órbita que circunda o planeta.

 Apontar o motor para travar
Os controladores farão ‘rodar’ a nave espacial de forma a apontar o injector do motor na direcção do movimento, começando às 08:03 (todas as horas no CEST – Horário de Verão da Europa Central) do dia 11 de Abril. A Venus Express executará uma combustão do motor principal de aproximadamente 51 minutos (o número final ainda pode mudar), começando às 09:19.
Os painéis solares da nave espacial também serão posicionados de forma a reduzir a possibilidade de uma carga mecânica excessiva durante a ignição do motor.
Ao longo dos dias subsequentes, será feita uma série de combustões adicionais para baixar o apocentro orbital (o ponto mais afastado do planeta) e para controlar o pericentro (ponto mais próximo do planeta). O objectivo é acabar numa órbita de 24 horas de duração à volta do ‘planeta estufa’ no início de Maio.

Manobras críticas requerem grande precisão temporal
Todos os passos devem ocorrer na sequência correcta e a nave espacial deve ser colocada na configuração correcta, a tempo da combustão do motor principal, a qual só pode acontecer num momento específico. O risco é de que, se ocorrer algum problema, a nave espacial perca a sua ‘janela’ de captura, tornando qualquer recuperação extremamente difícil.
Durante a combustão do motor, a nave também entrará numa situação de ocultação, que ocorrerá quando a Venus Express viajar por detrás do planeta, bloqueando a linha de vista para a Terra; perderá o contacto via rádio durante quase 10 minutos. Os controladores estarão atentos ao restabelecimento do contacto via rádio, quando a ocultação terminar às 09:56.
“A inserção na órbita de Vénus é um procedimento complexo. O principal desafio é que a manobra deve ocorrer na hora exacta,” afirma Jean-Baptiste Gratadour, Engenheiro dos Sistemas de Controlo Orbital e de Atitude da Venus Express no ESOC, e um dos muitos engenheiros e cientistas que estão agora a trabalhar na preparação para a chegada da nave espacial a Vénus.

NASA fornece apoio directo
A antena de espaço profundo (de 70 metros de diâmetro) da NASA, que se encontra de momento em Madrid (Espanha), suportará a inserção na órbita de Vénus devido à sua localização geográfica. Para as operações de rotina, a Venus Express comunicará através da nova antena de espaço profundo (de 35 metros de diâmetro) da ESA em Cebreros (Espanha).

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