Porto de Lisboa assina contrato para criação do Centro Interpretativo dos Murais de Almada nas Gares Marítimas

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A Administração do Porto de Lisboa (APL), em parceria com a Câmara de Lisboa e a Associação de Turismo de Lisboa (ATL), anuncia a criação do “Centro Interpretativo dos Murais de Almada nas Gares Marítimas”. Este Centro será um polo cultural e turístico localizado na Gare Marítima de Alcântara, destinado a promover a compreensão e a valorização de uma das mais importantes obras do modernismo português do século XX.

A cerimónia de assinatura do contrato de concessão do espaço onde será instalado o Centro Interpretativo teve lugar na Gare Marítima de Alcântara do Porto de Lisboa, e foi presidida pelo Ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz, tendo marcado também presença Ministra da Cultura, Dalila Rodrigues, o Presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, o Presidente Adjunto do Turismo de Lisboa, José Luís Arnaut e o Diretor Executivo da ATL, Vítor Costa, para além do Presidente do Conselho de Administração do Porto de Lisboa, Carlos Correia.

O presidente do Conselho de Administração da APL destacou na ocasião que «a criação do Centro Interpretativo dos Murais de Almada nas Gares Marítimas resulta de uma parceria estratégica entre a APL e a ATL. Este projeto integra-se num movimento mais amplo de requalificação do património histórico edificado e do restauro de um bem cultural de grande importância».

Carlos Correia sublinhou que «Este centro interpretativo é também uma janela única do Porto de Lisboa e da cidade para o mundo, conectando o seu passado ao seu presente e inspirando as futuras gerações a valorizar e proteger este legado inestimável. Com este centro interpretativo, seguimos também o exemplo dos grandes portos europeus, como Roterdão, Barcelona, Hamburgo ou Génova em que os seus centros interpretativos desempenham um papel crucial na sensibilização para a importância da conservação do património histórico, cultural e marítimo e na promoção do desenvolvimento sustentável. É nossa responsabilidade coletiva garantir que o porto de Lisboa continua a ser fonte de prosperidade e ponto de encontro marítimo e cultural para todos».

O Presidente do Porto de Lisboa realçou ainda «a importância da parceria com a WMF – World Monuments Fund, associação internacional que, através de agregação de fundos de filantropia, promove a recuperação e conservação de património histórico e cultural em diversos países que promovem a recuperação e conservação de património histórico e cultural em diversos países, e que estão a apoiar o restauro e conservação dos murais de Almada Negreiros nas Gares Marítimas do Porto de Lisboa, ação fundamental para podermos dar o passo da criação do Centro Interpretativo».

Na sua intervenção, José Luís Arnaut destacou que «este projeto concretiza o resultado exemplar de uma parceria entre a APL, a CM de Lisboa e a ATL. Representa muito mais do que a abertura de um novo espaço cultural e turístico: representa a realização de um sonho de abrir as gares marítimas à população de Lisboa e aos seus turistas, e de tornar acessível assim, a todos, um dos maiores conjuntos de pintura mural do Século XX. Os murais de Almada Negreiros!»

Carlos Moedas, por sua vez, afirmou que «este enorme património cultural que se expõe hoje, nas gares marítimas, é algo único: com ele estamos a reafirmar a dimensão central de Lisboa, a dimensão de Lisboa como o grande Cais da Europa e de Lisboa como capital do entrar e do sair! E como hoje é tão importante esta mensagem, num mundo em guerra e em fricção!»

No encerramento, Miguel Pinto Luz recordou também que «estamos aqui para celebrar a arte e para evocar um nome maior da pintura portuguesa. Almada Negreiros imortalizou Lisboa nestes magníficos painéis, que irão ser devolvidos à Cidade num processo por etapas, mas já iniciado. Os Lisboetas merecem ver este trabalho, e merecem vê-lo sempre, sempre que o quiserem. E os turistas que nos visitam também merecem apreciar este expoente máximo do modernismo português!»

Os Murais de Almada Negreiros representam um património artístico inestimável pelo que, a par do projeto de restauro e conservação destes murais financiado pela WMF, já em curso, bem como da requalificação das Gares Marítimas, integrando-as plenamente no eixo cultural e turístico da cidade de Lisboa. A APL está a investir significativamente na requalificação das infraestruturas das Gares, garantindo a integridade estrutural dos edifícios e permitindo a sua abertura ao público. O restauro dos murais na Gare da Rocha Conde d’Óbidos terá conclusão ainda este ano, estando prevista a realização dos trabalhos na Gare Marítima de Alcântara no início de 2025.

O Centro Interpretativo, que oferecerá uma compreensão profunda do século XX em Portugal, centrando-se na importância histórica e cultural das Gares Marítimas e dos murais de Almada Negreiros, será um espaço interativo que permitirá ao público explorar a história das Gares Marítimas e a modernização dos serviços portuários na frente ribeirinha do Tejo. O foco principal será a valorização dos 14 painéis de pintura mural do mestre Almada Negreiros, destacando o seu valor estético, técnico e cultural. Este espaço não só promoverá o conhecimento artístico, mas também integrará atividades pedagógicas destinadas à população escolar, proporcionando uma abordagem educativa e cultural abrangente.

Este projeto envolve ainda parcerias com instituições nos campos cultural e científico como a Fundação Gulbenkian, o Instituto de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova, o MNAC-Museu Nacional de Arte Contemporânea, o MNAA-Museu Nacional de Arte Antiga, o CEDANSA-Centro de Estudos e Documentação Almada Negreiros Sarah Afonso, o Arquivo Municipal de Lisboa e a RTP, por exemplo.

O projeto “Centro Interpretativo dos Murais de Almada nas Gares Marítimas reflete o compromisso do Porto de Lisboa para fortalecer a relação e o diálogo com a cidade e abrir os seus espaços à população. A fruição pública dos murais de Almada Negreiros e a requalificação das Gares Marítimas contribuirão significativamente para a valorização cultural e urbanística de Lisboa. Convidam-se todos os interessados a acompanhar o progresso deste projeto e a visitar o Centro Interpretativo, quando este abrir ao público no primeiro trimestre de 2025.

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