Investigadores da Ciências ULisboa vão estudar o maior peixe de água doce da Europa

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O projeto “PREvent, Detect and combAT the spread Of SiluRus glanis in south european lakes to protect biodiversity” (PREDATOR) vai arrancar no próximo mês de outubro. LIFE PREDATOR resulta de uma parceria entre Portugal, Itália e a República Checa, e conta com cofinanciamento da União Europeia, através do programa europeu LIFE.

Da equipa de trabalho europeia fazem parte sete professores e investigadores de três unidades de investigação da Ciências ULisboa – o Centro de Ciências do Mar e do Ambiente (MARE), o Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais (cE3c), e Instituto Dom Luiz (IDL). A coordenar o projeto está Pietro Volta, investigador do Consiglio Nazionale delle Ricerche, estando ao todo envolvidos 11 investigadores dos três países.
O grupo de trabalho tem como objetivo estudar e combater a dispersão da espécie invasora Silurus glanis, o siluro ou peixe-gato-europeu, um peixe de água doce originário dos grandes rios da Europa Central, ilegalmente introduzido nos países da Europa Ocidental no século XX. O siluro é o 10.º maior peixe de água doce do mundo, podendo atingir 2,8 metros de comprimento e atingir os 120 kg. É o maior peixe de água doce da Europa. Atualmente o siluro é considerado uma espécie invasora: sendo um predador voraz do topo da cadeia alimentar, não tem predadores naturais; cresce, reproduz-se e adapta-se facilmente às condições do meio ambiente, fatores que favorecem a sua disseminação. Embora a sua capacidade de dispersão natural seja limitada, a sua crescente disseminação deve-se à atividade de pescadores desportivos e lúdicos, que levam os siluros para outros locais, por ser um apetecido troféu de pesca.
Para além do impacto ao nível da perda de biodiversidade, estes peixes “gigantes” causam grandes perdas económicas – destroem redes que podem custar até 300 euros; e perdas culturais – alimentando-se de espécies emblemáticas das regiões ribeirinhas, como o sável ou a lampreia-marinha; podem também causar algum alarme social nas zonas ribeirinhas, dadas as suas dimensões.

Pescador João Lobo Cristino com siluros pescados no Tejo. Créditos: João Nuno Pepino

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